A presidente da Funai, Maria Augusta Assirati recebeu ontem, 26/06, o cacique xavante Damião Paridzané e sua comitiva, vindos da Terra Indígena Marãiwatsédé (MT) para discutir ações conjuntas de recuperação e reconstrução do território tradicional dos povos daquela região. A terra indígena Marãwaitsédé tem 165.241 hectares e está localizada entre os municípios São Félix do Araguaia e Alto Boa Vista. A homologação aconteceu em 1998, mas enfrentou diversos recursos judiciais, impedindo a posse plena dos indígenas. As ações de desintrusão foram finalizadas no início desse ano. 

Originalmente, a região era coberta pelos biomas Cerrado e Floresta Amazônica. Desde a saída forçada dos xavante na década de 1960, a terra está degradada em função das atividades de agricultura e pecuária extensiva. Por conta dessa situação de degradação, Funai e o povo Xavante planejam a recuperação ambiental do território através do Plano de Gestão Ambiental e Territorial de Marãwaitsédé. De acordo com o cacique Damião, os xavante sabem que o processo é lento, mas estão dispostos a trazer a mata e os animais de volta. Vão plantar árvores  nativas, árvores frutíferas e roças. 

Os xavante também planejam reconstruir três aldeias que serão localizadas em pontos estratégicos da área. Querem que todas elas tenham serviços básicos necessários para se viver  bem, como escolas, energia elétrica, posto de saúde e etc. A primeira aldeia já está planejada para ser inaugurada em agosto. O cacique Damião também solicitou que a Coordenação Regional Ribeirão Cascalhera seja fortalecida, para que juntos, Funai e o povo Xavante, possam executar o planejamento de recuperação ambiental da área, realizar ações de fiscalização territorial e instalar as novas aldeias. 

A presidente Maria Augusta ressaltou o papel da Funai no processo de fortalecimento da comunidade indígena xavante de Marãiwatsédé, de valorização da sua cultura e formas   tradicionais de ocupação. Para tanto, reafirmou a relevância do trabalho do órgão na reconstrução das aldeias e execução do plano de gestão ambiental, destacando recursos humanos, financeiros e infraestrutura necessária, como forma de garantir a posse plena do território.

FONTE : FUNAI – http://www.funai.gov.br/