Há um ano moradores do ramal Nova Esperança, localizado no km 26 da rodovia BR-174 (Manaus – Boa Vista) tentam chamar a atenção do poder público, principalmente dos órgãos ambientais, da esfera estadual e municipal, para os prejuízos causados pela extração de areia no local. A comunidade afirma que a atividade tem provocado o assoreamento do igarapé que fica no entorno do areal explorado e contesta a licença concedida pelo Instituto de Proteção Ambiental do Amazonas (Ipaam) à empresa exploradora.

Os moradores denunciam a situação desde janeiro do ano passado na tentativa de frear os impactos ambientais causados pela exploração do areal, que fica no km 3 do ramal. Após inúmeras tentativas de chamar a atenção dos órgãos ambientais do Estado e do município, a comunidade levou a denúncia ao Ministério Público Federal no Amazonas (MPF/AM), no ano passado, mas ainda aguarda pelas providências cabíveis.

Enquanto isso, os moradores continuam alertando o poder público. Relatos dão conta de que os impactos ambientais não têm se limitado apenas à área de onde tem sido retirada a areia. “Há cerca de seis anos a empresa começou a extração. E ao longo do tempo, as consequências no entorno da área explorada têm ficado evidentes”, afirmou Roberto Neves.

De acordo com os moradores, antes de a empresa iniciar as atividades no local, assegurou que a comunidade não seria prejudicada e sim, beneficiada, uma vez que levou a promessa de que toda a extensão do ramal seria asfaltada, o que não foi cumprido. Apenas um trecho da estrada encontra-se asfaltado devido a uma mobilização dos moradores que investiram na melhoria do ramal.

Para facilitar o acesso das caçambas carregadas de areia, a empresa colocou tratores com lâmina para fechar buracos e valetas, além de espalhar barro de maneira uniforme sobre o ramal. “O problema é que o barro que foi retirado para fazer os devidos reparos foi colocado na beira da estrada e no período de chuvas foi sendo arrastado para o igarapé, causando o assoreamento. A qualidade da água também foi prejudicada. A questão não é a empresa ter a licença, mas como conseguiu renová-la junto aos órgãos ambientais causando esses impactos?”, disse Wenceslau Abtibol, também morador.

O vereador Sildomar Abtibol (PRP), vice-presidente da Câmara Municipal de Manaus (CMM), também tem acompanhado a situação do ramal e esteve no local na semana passada, para verificar a atual situação dos impactos. Ele disse que também já procurou a Semmas e o Ipaam e ainda aguarda resposta dos órgãos.

Por: Carolina Silva Fonte: A Crítica

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