Produtores rurais que foram retirados da reserva indígena Marãiwatsédé, no nordeste do estado, liberaram nesta quarta-feira (29) o bloqueio da BR-158, perto de Alta Floresta, a 800 quilômetros de Cuiabá. Uma equipe da Polícia Rodoviária Federal acompanhou o desbloqueio que ocorreu no final da tarde. O protesto era contra a situação em que se encontram as famílias retiradas da reserva, que cobram acesso a programas da reforma agrária.
A área indígena foi devolvida aos índios xavantes em janeiro deste ano, quando mais de 200 famílias que viviam na terra tiveram que desocupar a região.
Segundo famílias da área de Suiá Missú, cerca de 300 pessoas estão vivendo em barracas improvisadas, à beira da BR-158, desde o término da desintrusão dos 165 mil hectares da reserva xavante entre os municípios de Alto Boa Vista, Bom Jesus do Araguaia e São Félix do Araguaia. O procedimento foi finalizado ainda em janeiro, após oficiais da Justiça verificarem 619 pontos (entre residências e comércios), tanto da área rural quanto do distrito de Posto da Mata. Um dia após a conclusão dos trabalhos, a Fundação Nacional do Índio (Funai) recebeu o Auto de Desocupação Final.
Conforme a Funai, o Incra realizou o cadastro de 235 famílias para assentamento em projetos na região. Estimativa da Associação dos Produtores de Suiá Missú é que cerca de sete mil pessoas perderam suas terras e casas na desocupação. Todos os ocupantes não-índios da reserva xavante foram retirados pela força-tarefa que executou a sentença de despejo proferida pela Justiça Federal.
O trabalho de retirada foi comandado pela Força Nacional de Segurança, pelo Exército e pelas polícias federal e rodoviária. Junto ao oficial de Justiça, o comboio de agentes percorreu todas as fazendas e a área urbana formada dentro da reserva para realizar a retirada dos ocupantes.
Ainda de acordo com a Funai, 235 famílias foram cadastradas pelo Incra para assentamento em projetos da região. Pelos planos do governo, o projeto Casulo, em Alto Boa Vista, a 1.064 km de Cuiabá, receberia inicialmente 30 famílias oriundas de Posto da Mata. Ainda de acordo com o governo, foram oferecidos lotes no assentamento Santa Rita, em Ribeirão Cascalheira, para as famílias que ocupavam a TI Marãiwatsédé.
VER MAIS EM: G1 – http://g1.globo.com/mato-grosso/noticia/2013/05/ex-moradores-de-area-indigena-de-mt-liberam-rodovia-apos-protesto.html
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