Lideranças de comunidades indígenas do Alto Solimões, no Amazonas, e de Dourados, em Mato Grosso do Sul, reuniram-se nesta terça-feira (28) na capital federal para avaliar os resultados do Programa Conjunto de Segurança Alimentar e Nutricional de Mulheres e Crianças Indígenas no Brasil. O PCSAN foi aprovado pelo Fundo para o Alcance dos Objetivos de Desenvolvimento do Milênio (F-ODM) – um acordo entre o governo da Espanha e as Nações Unidas (ONU) – em 2009, com orçamento de US$ 6 milhões, o equivalente a R$ 12,44 milhões.

Na avaliação do líder indígena Sansão Ricardo, professor bilíngue da comunidade Filadélfia, em Benjamin Constant (a 1.121 quilômetros de Manaus), durante três anos de programa de segurança alimentar, houve avanços principalmente no cuidado com a alimentação das mulheres e crianças das comunidades indígenas do Alto Solimões, assim como na área de saúde e na capacitação dos jovens comunicadores das aldeias. “Esperamos que o projeto continue, agora, como política pública do Governo brasileiro. Essa é a nossa reivindicação”.

Na temática “Criança, Segurança Alimentar e Nutrição” foram aprovados 24 projetos com o valor total de US$ 134,5 milhões, representando 20% do valor total dos recursos. O objetivo é contribuir para atingir as metas do milênio de reduzir a mortalidade infantil, e erradicar a pobreza extrema e a fome. “Os 24 Programas Conjuntos visam melhorar a segurança alimentar e nutrição de crianças e mulheres e fortalecer as capacidades do Governo para resolver esses problemas”, explicou o coordenador nacional do PCSAN, Fernando Moretti.

No seminário de encerramento do Programa Conjunto de Segurança Alimentar e Nutricional de Mulheres e Crianças Indígenas (PCSAN), o representante das Nações Unidas e autoridades do Governo Federal assinaram a “Carta de Intenções” para continuar os trabalhos pela promoção da segurança alimentar desses povos. “No Brasil, o Sistema ONU e o Governo federal têm desenvolvido um trabalho conjunto para buscar a superação das barreiras que ainda impedem a participação inclusiva e o exercício ativo de cidadania destas populações”, disse o coordenador residente da ONU no Brasil, Jorge Chediek.