O rei da Noruega, Harald V, fez uma visita cheia de mistério à reserva dos índios ianomâmis, em Roraima, cuja finalidade nenhuma autoridade brasileira soube informar, enquanto a delegação real se recusou a fazê-lo. 

Davi Yanomami mostra ao rei Harald as roças yanomami | Marcos Wesley-ISA – Foto postada em: Rei da Noruega visita aldeia Yanomami | ISA – Instituto Socioambiental

Segundo a Hutukara Associação Yanomami de Roraima, o convite foi feito devido à ajuda do governo norueguês aos movimentos indigenistas nos últimos 30 anos. Todavia, a entidade alegou que só poderia dar maiores informações sobre a visita do monarca europeu após o fim da “missão”.

De acordo com informações do G1 (22/04/2013), após passar o domingo 21 de abril em Boa Vista, no dia seguinte, o rei se dirigiu à região de Novo Demini, no Amazonas, na companhia do líder ianomâmi Davi Kopenawa.       

A reportagem do G1, o único veículo que noticiou a misteriosa visita, conversou com um dos membros da delegação norueguesa, em Boa Vista, mas ele se recusou a informar qual a finalidade da visita. A Fundação Nacional do Índio (Funai) também confirmou a presença do monarca, mas disse desconhecer o motivo da visita. Além disto, nos sites do Itamaraty e da embaixada Noruega, não há qualquer menção da presença de Sua Alteza Real Harold V no Brasil, o que é, no mínimo, motivo de estranheza.

A Noruega tem sido um dos principais financiadores da agenda indigenista no Brasil, tanto por meios oficiais como privados. Entre os principais doadores de recursos, estão a embaixada em Brasília, e as ONGs Rainforest Foundation of Norway (RFN) e Ajuda da Igreja da Noruega (AIN). Um dos principais beneficiários das benesses tem sido o Instituto Socioambiental (ISA). No seu relatório anual mais recente (para os anos 2010 e 2011), o ISA revela ter recebido um total de R$ 2.760.014,00 da embaixada norueguesa; R$ 989.654,00, da AIN; e R$ 6.864.368,00 da RFN (além de R$ 2.158.744,00 da Comissão Europeia).

Com base em tais números, e na ampla permissividade com que o País recebe tais interferências nos assuntos indígenas, é de se supor que Sua Alteza Real tenha se julgado no direito de vir ao Brasil sem dar satisfações às autoridades brasileiras. Assim sendo, para saber de suas intenções, teremos que contar com a “boa vontade” dos noruegueses, como disse ao G1 um membro da comitiva real. Segundo ele, “caso aconteça outra viagem, uma entrevista poderá ser marcada antecipadamente”.

FONTE:  Alerta científico e Ambiental – Vol. 20|nº 15| 25 de abril de 2013 – Alerta Científico e Ambiental é uma publicação da Capax Dei Editora Ltda.
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Em entrevista ao programa de Pedro Bial o General Eduardo Villas Boas relata o episódio da presença do rei da Noruega na Terra Indígena Yanomami:

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