Ibama anunciou em coletiva à imprensa, nesta última quinta-feira (29/3), que os alertas de desmatamento registrados na Amazônia Legal estão voltando aos patamares de controle, após um pico de aumento constatado em agosto de 2012. Os dados do Sistema de Detecção de Desmatamentos em Tempo Real (Deter) mostram que os índices de alteração de paisagem no bioma caíram em relação ao mesmo período anterior. As mudanças nas estratégias de fiscalização são consideradas principais responsáveis pelo equilíbrio dos índices.
O Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) realiza o levantamento pelo Deter, que utiliza imagens capturadas diariamente por satélite. A equipe de monitoramento do Ibama analisa os dados com o objetivo de verificar se as alterações são decorrentes de desmatamento, queimadas ou corte seletivo. O sistema funciona, portanto, como uma espécie de alerta e suporte para estratégias de fiscalização.
Ao receber os dados do Inpe, o Ibama faz a checagem in loco dos polígonos com maior índices de degradação e direciona a fiscalização para essas áreas. As áreas degradadas menores que 25 hectares, porém, não são contabilizadas pelo Deter. “É uma informação de apoio à fiscalização, mas a intensificação das operações já está trazendo muitos resultados positivos, ponderou o presidente do Ibama, Volney Zanardi Junior.”
Os alertas do Deter
Após um pico isolado em agosto passado, com 522 hectares degradados, 220% a mais do que o registrado no mesmo mês de 2011, os dados mais recentes do Deter, no entanto, apontaram para uma queda consistente dos níveis de degradação. Em janeiro deste ano, foram contabilizados apenas 9 km² de devastação. Contra os 22 km² registrados no mesmo mês de 2012, uma redução de 58%. Em fevereiro, os registros seguiram a mesma tendência. Foram 270 km² desmatados, frente aos 307 verificados no mesmo mês do ano anterior, o que representa queda de 12%. As estratégias de fiscalização foram alteradas. “Não há indicativos de aumento nem de descontrole. Agosto é um mês de seca, em que há muitos incêndios e, portanto, bastante degradação”, garantiu o diretor de Proteção Ambiental do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama), Luciano Evaristo de Menezes.
Operação Onda Verde
Integrada por agentes ambientais do Ibama, da Polícia Rodoviária Federal, da Força Nacional de Segurança Pública com o apoio da Polícia Federal, a Operação Onda Verde, iniciada em janeiro de 2013 alterou a estratégia de fiscalização ao passar a operar também no período das chuvas. Com bases fixas e móveis, a operação ocupa as áreas críticas na Floresta. “Para onde o desmatador caminhar, através dos alertas que o Deter nos passa, nós caminhamos com as bases para conter o desmatamento”, enfatizou Evaristo”.
Entre agosto de 2012 e março deste ano, o Ibama aplicou R$ 1,4 bilhão em multas por crimes ambientais cometidos na Amazônia Legal. Os bens apreendidos, foram 110 tratores, 81 veículos, dos quais 60 são caminhões, 5 balsas, 216 motosserras, 32 armas de fogo, além da retirada de circulação de 65.024,99 m³ de madeiras em toras, 9.427,42 m³ de madeira serrada e de 187.794,65 hectares de áreas embargadas.
O presidente do Ibama considera que o sucesso do combate ao desmatamento se deve à mudança de estratégias a fiscalização, com a Operação Onda Verde instalando bases autônomas e móveis. As equipes passam a alcançar com agilidade, os pontos críticos da Amazônia, conforme os alertas emitidos com base no Deter. “A fiscalização ocorre todos os dias do ano e já mostra resultados bastante significativos”, avaliou Zanardi.
Ascom/Ibama
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