Um estudo desenvolvido por pesquisadores do Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (Inpa/MCTI) e pelo cientista Jeffrey Chambers, do Laboratório Nacional de Berkeley (EUA), revelou que entre 9,1 a 16,9% da mortalidade de árvores no Amazonas é omitida em análises convencionais, que são baseadas apenas em inventários florestais. Na prática, segundo o estudo, árvores mortas não são devidamente contabilizadas no balanço de carbono.  

A pesquisa foi publicada na revista científica Proceedings of the National Academy of Sciences (PNAS). O estudo foi liderado pelo pesquisador Jeffrey Chambers e teve como co-autores  Niro Higuchi, Alan Di Vittorio, Robinson Negron-Juarez, Daniel Marra, Joerg Tews, Dar Roberts, Gabriel Ribeiro e Susan Trumboree. Destes, cinco pesquisadores são ligados ao curso de pós-graduação em Ciências de Florestas Tropicais (CFT) do Inpa.

O artigo é baseado em estudos realizados em uma área de mais de 1500 km2 nas proximidades de Manaus (AM) e combinou imagens de satélite de uma série histórica de mais de 20 anos e trabalhos de campo. Com as informações foi desenvolvido um modelo de simulação.

A finalidade era aumentar o que os cientistas chamam de “grau de perturbação” em termos de mortalidade da queda de uma árvore individual a uma grande clareira provocada por uma tempestade, como a que ocorreu em 2005 na Amazônia.

De acordo com o artigo os estudos demonstraram que “para entender o papel da floresta amazônica nas trocas gasosas entre biosfera e atmosfera, as informações precisam ter escala espacial e temporal e não há como entender este papel sem a combinação de trabalhos de campo e sensoriamento remoto”. O artigo menciona também que as imagens de satélite cobrem grandes áreas, mas não oferecem a precisão necessária; ou seja, os trabalhos de inventário têm precisão, mas não tem escala (espacial).

Mudanças

Para o pesquisador do Inpa, Niro Higuchi, a região precisa se preparar para possíveis mudanças no ambiente. “Diante das mudanças climáticas globais, a Amazônia tem que se preparar para as devidas adaptações. Para isto, é preciso dimensionar as vulnerabilidades da região, quando submetida a eventos catastróficos como tempestades severas e secas prolongadas, além das intervenções antropogênicas (humanas)”, afirmou.

Ainda segundo os autores do artigo, “como é bem provável que as mudanças climáticas pretéritas continuem causando tempestades e secas cada vez mais intensas no presente e no futuro, o entendimento dos seus efeitos sobre as florestas tropicais se torna imprescindível”.

FONTE  :  ASCOM/INPA