Atualização da situação na região de Alto Boa Vista/MT, com base em dados veiculados pela Fundação Nacional do Índio – FUNAI – sobre a desintrusão na Terra Indígena Marãiwatsédé
14 de dezembro de 2012 – Informe nº 3 – Operação de desintrusão da Terra Indígena Marãiwatsédé (MT)
Nesta quinta-feira (13/12), a força-tarefa formada por oficiais de justiça, equipes das forças de segurança e representantes do governo federal percorreram outras cinco fazendas na chamada Área 1. As equipes encontraram dificuldade de locomoção devido a árvores e outros obstáculos colocados nas estradas para inviabilizar o acesso. Também foram abertos buracos em alguns trechos com o mesmo objetivo.
A previsão é encerrar esta etapa, que concentra grandes propriedades, no próximo final de semana. Até o momento, cerca de 20 mil hectares foram oficialmente retomados. A área total da terra indígena é de 165.241 hectares.
Seguem na região os registros de ameaças de morte a representantes do governo federal e pequenos ocupantes não indígenas, que são coagidos a não deixar a área. Uma equipe da Secretaria Especial de Saúde Indígena do Ministério da Saúde (Sesai/MS) também sofreu intimidação e foi barrada ao tentar transportar um adolescente indígena ferido em acidente doméstico. As intimidações ainda incluem ameaças de morte nominais a servidores da Funai, do Incra e policiais que participam da operação de desintrusão da Terra Indígena Marãiwatsédé, além do cacique Xavante Damião Paridzané. O governo federal encaminhou reforço de efetivos policiais para a região.
O Ministério Público Federal em Mato Grosso (MPF-MT) solicitou à Polícia Federal (PF) a abertura de inquérito para descobrir quem está à frente das ameaças, assim como quem lidera os protestos contrários ao cumprimento da decisão judicial que determina a saída dos ocupantes não índios. A Polícia Federal já apura as ameaças feitas a Dom Pedro Casaldáglia, ao cacique Damião Paradziné e ao prefeito de Alto Boa Vista, Wanderley Perin.
Solidariedade – A liderança do povo Tapirapé Nivaldo Korira’i enviou uma carta de solidariedade ao povo Xavante de Marãiwatsédé, em que afirma que o povo não está sozinho, “nós estamos aqui para fazer qualquer coisa pelos Xavantes. Os Xavantes necessitam de apoio para ser mais forte na luta. Temos certeza que o nosso pai Myraty está olhando para o povo Xavante que vai dar tudo certo na conclusão da operação”. Leia a carta na íntegra.
FONTE : FUNAI
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