Seis meses depois da Conferência das Nações Unidas sobre o Desenvolvimento Sustentável, a Rio+20, os principais negociadores do governo, da iniciativa privada e da sociedade civil, voltarão a se reunir. Amanhã (18), em Brasília, a partir das 16h, eles definirão uma proposta comum sobre os compromissos firmados na conferência e que precisam ser implementados. A ideia é fechar uma espécie de agenda consensual sobre as prioridades para o Brasil.
Para os negociadores do governo, a erradicação da pobreza é o item que deve ser destacado, não só no Brasil, mas na agenda global no quadro dos objetivos do desenvolvimento sustentável. O embaixador Luiz Alberto Figueiredo Machado, subsecretário-geral de Meio Ambiente, Energia, Ciência e Tecnologia do Ministério das Relações Exteriores e coordenador-geral da Rio+20, disse à Agência Brasil que a reunião será fundamental para definir os rumos que serão tomados no país.
“É um olhar para a frente e começar uma reflexão interna que envolve governo, sociedade civil e empresários. Não é uma avaliação, pois faremos uma reflexão sobre os objetivos do desenvolvimento sustentável”, disse o embaixador. “Vamos ouvir e consultar as propostas de cada setor [para preparar uma posição comum].”
De 13 a 22 de junho, as atenções se voltaram para a capital fluminense durante a Rio+20. Para o embaixador, a principal conquista da conferência foi aliar o desenvolvimento econômico a prioridades sociais e ambientais, incluindo questões como a erradicação da pobreza. “Trouxemos para a centralidade o tema do desenvolvimento sustentável com sinergia entre [o setor] econômico, social e ambiental”, ressaltou o diplomata.
Segundo o embaixador, há 20 anos havia um consenso sobre a proposta, mas a prática não consolidava as disposições. “A prática estava menos sólida. Hoje todos sabem que não é possível desenvolver separadamente um desses pilares. Um afeta o outro de maneira decisiva. O Brasil tem sido exemplar”, destacou Figueiredo Machado.
A reunião de amanhã deve ter a participação de mais de 50 pessoas de vários segmentos da sociedade e do governo. O grupo ficará sob a coordenação dos ministros Antonio Patriota (das Relações Exteriores) e Izabella Teixeira (do Meio Ambiente). A ideia é que, durante cerca de duas horas, os negociadores apresentem suas sugestões para pôr em prática uma proposta.
O material será encaminhado para uma comissão que se dedicará, a partir de janeiro, a elaborar uma proposta consolidada que englobará as sugestões em nome do Brasil. Em seguida, o documento deve ser submetido à discussão nas Nações Unidas com representantes de outros países, que também apresentarão suas propostas.
FONTE : Agência Brasil
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