Faltando dois dias para deixar a terra indígena Marãiwatsédé, moradores da comunidade Posto da Mata, em Alto Boa Vista, a 1.065 quilômetros de Cuiabá, bloquearam trechos da BR-158 e MT-242 nesta quarta-feira (5). Eles pedem a anulação da decisão que determinou a retirada das famílias da área, que foi reconhecida pela Justiça como sendo território dos índios xavantes. O prazo concedido para a saída dos não índios termina nesta quinta-feira (6).
Depois disso, os moradores podem ser retirados à força do local em cumprimento à decisão judicial. Um dos representantes da Associação dos Produtores Rurais da Área Suiá-Missú (Aprosum), Paulo Gonçalves, disse que os moradores não vão deixar as suas casas. “Nós não iremos sair. Ninguém vai sair. Vamos resistir até o fim”, afirmou. Durante a interdição, os manifestantes só estão permitindo a passagem de ambulâncias.
A Polícia Rodoviária Federal (PRF) informou que está no local para tentar controlar a situação e orientar os motoristas sobre o que está ocorrendo. Disse ainda que o clima é tenso.
Segundo ele, a intenção é interditar toda a BR-158 com o apoio de sindicatos e associações de produtores rurais, além de igrejas. “Todo mundo está desesperado. Hoje as aulas nas escolas foram suspensas porque ninguém tem condições nem de se concentrar em meio à essa situação”, avaliou Gonçalves. Ele disse que o clima é muito tenso na região porque os moradores temem um conflito com os militares das Forças Armadas, que estão no local desde o processo de notificação das famílias.
“Na segunda-feira (3) o Exército chegou aqui [posto da Mata] com pá carregadeira, patrola e caminhão caçamba para demolir as casas”, contou o representante da Associação. Ele pontuou que o bloqueio só será encerrado quando os moradores tiverem uma resposta positiva do governo federal para que continuem no local.
De acordo com a Funai, a Terra Indígena Marãiwatsédé foi homologada por decreto presidencial em 1998 e reconhecida por sucessivas decisões judiciais, o que, conforme o governo, “legitima o direito constitucional do povo Xavante de voltar em seu local originário, com a garantia do usufruto e da posse permanente de sua terra.
A Funai voltou a reafirmar a legalidade do processo de regularização da Terra Indígena Marãiwatsédé – homologada por decreto presidencial em 1998 e reconhecida por sucessivas decisões judiciais -, que legitima o direito constitucional do povo Xavante de voltar a viver em seu local originário, com a garantia do usufruto e da posse permanente de sua terra.
VER REPORTAGEM COMPLETA EM :
Deixe um comentário