A diversidade biológica é um campo de investigação tradicional e prioritário para o Museu Goeldi, que vem diversificando sua abordagem e estratégias de pesquisa, relacionando este tema com usos da terra, clima, solo e culturas, buscando uma visão mais abrangente, rica e complexa através de diferentes projetos.

Abrigado no Museu Goeldi, um dos Institutos Nacionais de Ciência e Tecnologia (INCT), o de Biodiversidade e Uso da Terra na Amazônia é dedicado ao desenvolvimento de pesquisas, ações de educação e comunicação da ciência no Arco do Desmatamento – faixa territorial de 244.420 km², que se estende pelo sul da Amazônia, do Maranhão ao Acre, abrangendo 524 municípios com população conjunta de 10.331.000 habitantes, 36 unidades de Conservação Federais e Estaduais e 99 Terras Indígenas.

Aglutinando 12 subprojetos em três eixos – Impactos de Mudanças Climáticas sobre a Biodiversidade, Impactos Sociais e Ambientais do Uso da Terra e Desenvolvimento de Estratégias de Uso Sustentável de Curto, Médio e Longo Prazos -, o INCT Biodiversidade e Uso da Terra na Amazônia é coordenado pela pesquisadora Ima Célia Guimarães Vieira (MPEG) e congrega pesquisadores de 36 instituições científicas nacionais e internacionais.

Em 2012, este INCT promoveu diversos eventos para integrar resultados obtidos em diferentes subprojetos, como na jornada de trabalho“Desenvolvimento de estratégias de uso sustentável de curto, meio e longo prazo”, no Simpósio “Oportunidades e desafios para a conservação da Amazônia Brasileira: dimensões ecológicas e humanas”, no Seminário Perda de Biodiversidade no Centro de Endemismo Belém, e encerrando o ano com um colóquio sobre expansão do dendê na Amazônia.

Os eventos promovidos foram oportunidades para também definir planos de ações para os próximos dois anos, estabelecendo parcerias com novas equipes de pesquisa para esclarecer questões científicas e investigar áreas geográficas interessantes. Foi um ano dedicado ainda ao compartilhamento de dados com outros pesquisadores, como ocorreu no Seminário Clima, Dinâmica e Biodiversidade da Amazônia.

No campo da educação, o INCT através do Programa de Pós Graduação em Botânica Tropical (MPEG e Universidade Federal Rural da Amazônia) intensificou o intercâmbio com outros centros de formação de botânicos, estimulando a vinda de diversos especialistas para Belém. A Escola da Biodiversidade Amazônica – Ebio, após um ano de intensa programação e muitas novidades no campo da educomunicação, finalizou a 5ª edição do Prêmio José Márcio Ayres, onde predominou a participação de escolas pública, que arrebataram os primeiros lugares.

Em outubro de 2012, a Ebio e o LabCom Multimídia/MPEG, em parceria com a Agência Cidadã/Facom/UFPaEmbrapa Amazônia Oriental e a  Secretaria de Ciência, Tecnologia e Inovação do Pará, lançou um projeto piloto de uma agência escolar de notícias multimídias sobre ciência, tendo como repórteres alunos de quatro escolas públicas do ensino médio – a Agência Tubo de Ensaio. A Tubo de Ensaio estreou durante a V Feira Estadual de Ciência, Tecnologia e Inovação do Pará, realizando entrevistas, enquetes, programinhas de rádio, vídeos de bolso e ensaios fotográficos. A produção pode ser conferida no blogue da Agência Tubo de Ensaio, que também prepara universitários para o trabalho de monitoria em comunicação cidadã e professores para atuar na edição do material.

Os INCTs foram criados a partir do que estava previsto no Plano de Aceleração do Crescimento em Ciência, Tecnologia e Informação (PACTI) do Sistema Nacional de C,T & I (SNCTI). A iniciativa busca a excelência em atividades de ciência, tecnologia e inovação e agrega grupos de pesquisa, mobilizando de forma articulada investigadores de áreas de fronteira da ciência e em áreas estratégicas para o desenvolvimento sustentável do país.

Participação cidadã – Ativo na organização da infraestrutura para pesquisa em biodiversidade na região amazônica, o Programa de Pesquisa em Biodiversidade – PPBio Amazônia Oriental consolidou seus Núcleos no Oeste e Leste do Pará, Maranhão, Amapá, Tocantins e Mato Grosso, promovendo intenso intercâmbio científico, e realizando estudos em unidades de conservação estratégicas nos estados integrantes.

A Rede PPBio Amazônia Oriental, coordenada por Marlucia Martins (MPEG), finaliza o ano com grandes realizações: participação ativa na formação do Conselho Consultivo da Rebio Gurupi – localizada no Maranhão, é a porção mais ameaçada da Amazônia brasileira; e a realização da maior expedição científica à Terra do Meio, que aconteceu entre abril e maio deste ano.

Localizada entre os rios Xingu e Iriri, no sudeste do Pará, a Terra do Meio abriga alguns dos maiores remanescentes florestais do estado. Os 7,9 milhões de hectares formam um mosaico de Unidades de Conservação (UC) nos municípios de Altamira, São Félix do Xingu e Trairão, áreas que ainda são grandes lacunas do conhecimento científico na Amazônia. O território sofre fortes pressões por estar situada em uma das fronteiras amazônicas de expansão econômica.

Adotando um sistema de rodízio para realizar eventos e integrar os pesquisadores dos diversos estados, a Rede realizou na cidade de Macapá (AP) o V Seminário Científico do Programa de Pesquisa em Biodiversidade – PPBio Amazônia Oriental. Os seis núcleos regionais do Programa se reuniram para discutir a “Contribuição da Pesquisa científica em biodiversidade para a qualidade de vida na Amazônia”, promover o intercâmbio entre os estudos sobre biodiversidade na região e discutir os avanços do Programa. O PPBio – Amazônia Oriental chega ao final do ano com um novo endereço eletrônico, que adota ferramentas mais adequadas para o trabalho em rede com equipes distribuídas em diferentes instituições e diversos estados. Visite seu novo Portal .

Novidades para uma visão integrada – Lançado em 2012 pelo programa do Museu Paraense Emílio Goeldi em Biodiversidade da Amazônia, o Censo da Biodiversidade foi a grande novidade institucional. Formulado e construído com dados oriundos de projetos e coleções científicas, atualmente o Censo apresenta a Lista de Espécies do Pará. O Censo é uma ferramenta colaborativa que responde questões básicas para o planejamento de pesquisas e formulação de políticas públicas na área da conservação ambiental. A ferramenta foi apresentada em conjunto com a publicação “Espécies do Milênio – novos animais, plantas e fungos”, que relaciona 130 novas espécies descobertas no século XXI (até 2011) pelos pesquisadores do Museu Goeldi.

FONTE  : Agência Museu Goeldi

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