Dados da Associação Brasileira de Produtores de Florestas Plantadas (Abraf), inseridos anuário estatístico de 2011, constatam o aumento significativo da participação da silvicultura na produção madeireira nacional.
Segundo a Abraf, o Brasil tem 7 milhões de hectares de florestas plantadas, dos quais 69,6% são plantios de eucaliptos; 23,4% de pinus; e 7% plantios de outros gêneros.
Os dados indicam que de um total de 139,9 milhões de metros cúbicos produzidos de madeira em tora, em 2011, 89,9% são oriundos das florestas plantadas e apenas 10,1% do extrativismo vegetal.
A produção de madeira em tora destinada para papel e celulose contribuiu com 60,3% no total obtido pela silvicultura. Já a produção de carvão vegetal alcançou 5,478 milhões de toneladas, das quais 75,3% foram produzidas pela silvicultura e apenas 24,7%, pela extração vegetal.
Na participação da produção de lenha, o extrativismo vegetal colaborou com 42,1%, de um total de 89,3 milhões de metros cúbicos, contra 57,9% da silvicultura.
No outro extremo, vem caindo a participação dos principais produtos madeireiros da extração vegetal, com destaque para o carvão e a lenha, que apresentaram decréscimo em suas produções (10,1% e 1,7%, respectivamente) quando comparados com as obtidas no ano anterior.
Segundo a pesquisa do IBGE, tais quedas estão diretamente relacionadas à atuação de órgãos fiscalizadores e ambientais. Apesar dessa fiscalização, a quantidade de madeira em tora foi 11,5% superior à do ano anterior. O IBGE ressalta, porém, que o crescimento reflete “a liberação para corte em áreas de manejo florestal e em áreas que serão alagadas por represas.”
O aumento da fiscalização e a maior conscientização ambiental no país levaram a uma inversão na participação da extrativa vegetal e da silvicultura (florestas plantadas) na produção primária florestal brasileira, mostram os dados da pesquisa Produção da Extração Vegetal e da Silvicultura 2011 (Pevs), divulgada hoje (6), pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
Em entrevista à Agência Brasil, o gerente da pesquisa, Luís Celso Guimarães Lins, disse que o país vivenciou, nas últimas décadas, uma transformação no setor de produção de madeira, com a expansão da produção de toras de madeiras a partir de florestas plantadas.Pesquisa do
“É só observar que em 1990 a extrativa vegetal chegava a responder por 67% de toda a madeira produzida, enquanto a silvicultura era responsável por apenas 33% da madeira produzida nas florestas brasileira. Cinco anos depois, em 1995, esse percentual já havia sido invertido: a extrativa vegetal respondia por apenas 47% da madeira produzida, enquanto a silvicultura saltava para 53%.”
Os números, segundo o técnico do IBGE, foram sendo alterados ano a ano com a produção decorrente da silvicultura e, uma década depois, em 2000, já respondia por 77% da produção total de madeira.
“Não há dúvidas de que a silvicultura vem crescendo ano a ano em detrimento da extrativa vegetal. E dois são os fatores que levam a esse fenômeno: o aumento da fiscalização, principalmente sobre os produtos madeireiros e a necessidade das indústrias de suprir seus parques produtivos. Setores como o de celulose, papel e papelão, siderurgia, móveis – todos estão procurando plantar as árvores que viabilizarão a sua própria produção”, disse à Agência Brasil.
Há duas décadas, praticamente toda a madeira utilizada na produção de lenha e carvão era proveniente da extrativa vegetal, lembra o técnico. “Mas a partir do momento em que passou a haver maior fiscalização e que aumentou a pressão dos órgãos ambientais não restou alternativa aos setores demandadores do produto.”
Ainda segundo o IBGE, a produção primária florestal do país, em 2011, somou R$ 18,1 bilhões. A silvicultura contribuiu com R$ 13,1 bilhões (72,6%) e apenas R$ 5 bilhões vieram da extrativa vegetal (27,4%).
Isoladamente, a participação dos produtos madeireiros na extração vegetal, em 2011, foi de R$ 4 bilhões, contra R$ 935,8 milhões dos produtos não madeireiros. Na silvicultura, os quatro produtos madeireiros somaram R$ 13 bilhões, contra apenas R$ 151,8 milhões dos não madeireiros.
Segundo o IBGE, os produtos não madeireiros do extrativismo vegetal que se destacaram pelo valor da produção, em 2011, foram o coquilho de açaí (R$ 304,6 milhões); amêndoas de babaçu (R$ 142,2 milhões); fibras de piaçava (R$ 123,4 milhões); erva-mate nativa (R$ 118,0 milhões); pó de carnaúba (R$ 90,2 milhões); e castanha-do-pará (R$ 69,4 milhões).
FONTE : AGÊNCIA BRASIL
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