Promovidos pelo IPAM e COIAB, encontros forneceram aos representantes indígenas informações qualificadas sobre o que são as mudanças climáticas e suas implicações.
Os efeitos das mudanças climáticas já estão sendo percebidos e têm incidido diretamente na vida dos povos indígenas. Com o intuito de levar e atualizar informações sobre mudanças climáticas, assim como o de promover a troca de experiências entre lideranças indígenas da Amazônia brasileira, a Coordenação das Organizações Indígenas da Amazônia Brasileira (COIAB) e o IPAM promoveram, durante 2012, três encontros que reuniram mais de 100 lideranças indígenas de todos os estados que fazem parte da Amazônia Brasileira, além de parceiros e representantes do governo. O III Encontro Regional dos Diálogos para um Plano Indígena de Enfrentamento às Mudanças Climáticasaconteceu entre os dias 18 e 20 de outubro em Rio Branco (Acre), e teve apoio da Embaixada da Noruega.
O objetivo dos três encontros foi o de iniciar a discussão sobre o que pode vir a ser um plano indígena que visa construir bases para enfrentar os impactos das mudanças climáticas nestes territórios. Para alcançar este objetivo, é necessário que os representantes indígenas tenham informações qualificadas sobre o que são as mudanças climáticas e suas implicações. A participação de indígenas e não-indígenas nos encontros contribuiu, também, para o intercâmbio entre o conhecimento tradicional e as percepções científicas sobre o tema. Instituições parcerias da COIAB, como Instituto Internacional de Educação do Brasil (IEB) e The Nature Conservancy (TNC), além de convidados como Funai, Instituto Socioambiental (ISA), Observatório do REDD+, participaram dos encontros.
O III Encontro, que também contou com a participação de representantes do Instituto de Mudanças Climáticas do Acre (IMC) e do Ministério do Meio Ambiente (MMA), buscou construir o debate sobre o enfrentamento às mudanças climáticas a partir de eixos de discussão sobre temas como: os direitos indígenas sobre seus territórios e o atual contexto político brasileiro relacionado a povos indígenas (debates sobre a PEC 215 e a Portaria 303, por exemplo); a importância da organização e protagonismo do movimento indígena; impactos de grandes empreendimentos próximos a terras indígenas relatados por participantes de cada Estado, entre outros. Estes eixos foram explorados de maneira a construir um diálogo intercultural entre os participantes, contemplando a visão integrada dos povos indígenas que articula as mudanças climáticas às outras dimensões de seus territórios e modos de vida.
Os resultados das discussões serão apresentados em material para divulgação formulado pela parceria COIAB/IPAM.
FONTE : http://www.ipam.org.br/