Mato Grosso teve um aumento de 85% no número de focos de queimadas em 2012, conforme dados registrados pelo satélite AQUA, do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe). De 1º de janeiro a 30 de agosto, foram mais de 11 mil focos de calor no estado. No mesmo período do ano passado, o estado tinha 6.046 registros de pontos de calor.

Ao G1, o secretário do Comitê Gestão do Fogo em Mato Grosso, major bombeiro Ramão Correa Barbosa, explicou que o aumento no número de focos é causado por diversos fatores. “Além das pessoas que causam o incêndio, também temos o nosso clima que é quente, a baixa umidade do ar e a velocidade do vento, que ajuda a espalhar as chamas rapidamente”, pontuou.

Conforme os relatórios do Inpe, com 11.180 focos até o dia 30 de agosto, Mato Grosso está entre os estados com maior número de registros de focos de calor e à frente de estados como o Pará (8.280 focos), Piauí (6.520) e Bahia (4.374). “Agora estamos no período de dar uma resposta rápida e apagar os incêndios. Depois disso, vem a etapa da responsabilização dos envolvidos caso o incêndio seja criminoso”, garantiu Barbosa.

Já para Laurent Micól, Coordenador Executivo do Instituto Centro Vida (ICV), a punição para as pessoas que provocam os incêndios deveria ser mais enérgica. “Existe muita dificuldade para comprovar a autoria do incêndio e, por isso, por mais que as pessoas sejam multadas, elas apresentam uma defesa e ficam livres da multa. A ausência da punição efetiva, que é quando a pessoa paga a multa no final, é uma porta aberta para continuar a queimar”, salientou.

Ainda segundo ele, mesmo com os investimentos por parte do governo, Mato Grosso sempre está entre os principais estados com maior número de focos do país. “Estamos longe do ideal. Prova disso é o fato de que todo ano são os mesmos municípios no topo da lista. A ação tem que ser preventiva porque quando chega ao estágio do fogo, fica difícil remediar”, finalizou.

Período proibitivo
O período proibitivo das queimadas entrou em vigor no dia 15 de julho deste ano. O prazo vai até o dia 15 de setembro e assim como em anos anteriores, este período pode ser prorrogado. “Ainda não foi conversado sobre isso, mas a hipótese ainda não foi descartada”, pontuou o secretário do Comitê Gestão do Fogo.

Durante o período proibitivo deste ano, um total de 6.664 focos de incêndio foram registrados no estado. Este número é o dobro das notificações no mesmo período de 2011. “O satélite de referência do estado é o Aqua, porém, se você fizer um somatório geral, Mato Grosso terá um total de mais de 35 mil focos”, estimou.

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