A importância do meio ambiente e do desenvolvimento sustentável para o Brasil terá maior peso nos próximos anos na Organização das Nações Unidas (ONU), com a indicação dos futuros representantes do país na entidade. A presidenta Dilma Rousseff escolheu os embaixadores Luiz Alberto Figueiredo Machado e André Aranha Corrêa do Lago, com perfil de atuação na área ambiental e de energia, para representar o Brasil na ONU. Figueiredo e Corrêa do Lago substituem Maria Luiza Viotti e Regina Dunlop.As indicações de Dilma ainda têm de ser submetidas ao Senado. Os dois embaixadores devem ser submetidos à sabatina na Comissão de Relações Exteriores do Senado e, depois, se aprovados, os nomes seguem para o plenário da Casa – etapas necessárias para a confirmação dos dois como novos representantes do Brasil na ONU.

Figueiredo e Corrêa do Lago se destacaram nos últimos anos nas negociações ambientais e de energia. Mas foi na Conferência das Nações Unidas sobre o Desenvolvimento Sustentável, a Rio+20, em junho, no Rio de Janeiro, que ambos demonstraram habilidade, paciência e espírito conciliador para chegar a um consenso entre países desenvolvidos e em desenvolvimento.

Trabalhando em parceria, os dois embaixadores se dividiram em várias frentes de atuação durante a Rio+20. Ambos buscaram soluções para os impasse por meio do diálogo e do equilíbrio. Os desafios eram adequar as cobranças dos países em desenvolvimento, que queriam mais empenho financeiro e o compromisso com a fixação de metas dos países mais desenvolvidos.

As nações mais ricas, por sua vez, durante a Rio+20, resistiam em assumir compromissos, principalmente financeiros, alegando dificuldade em função dos efeitos da crise econômica internacional. Figueiredo e Corrêa do Lago coordenaram as reuniões técnicas em busca de consenso e acabaram obtendo o aval dos participantes para a elaboração da declaração comum.

Ao final da Rio+20, foi divulgado um documento conjunto que englobou posições de mais de 190 nações. Para a delegação brasileira, o texto é apontado como um avanço embora as organizações não governamentais afirmem que faltou ousadia.

Os embaixadores Luiz Alberto Figueiredo Machado, de 57 anos, e André Aranha Corrêa do Lago, de 52 anos, transformaram-se em uma espécie de referência da Conferência das Nações Unidas sobre o Desenvolvimento Sustentável, a Rio+20, realizada em junho, no Rio de Janeiro. Nos dez dias de evento, com intensa agenda de trabalho, eles conseguiam multiplicar as horas do dia participando das principais mesas de discussões, concedendo entrevistas coletivas e ainda apaziguando as divergências.

Em comum, Figueiredo e Corrêa do Lago têm uma longa trajetória com as negociações multilaterais e bilaterais referentes não só às questões ambientais, como também de energia. Na Rio+20, sempre bem-humorados, eles respondiam às perguntas embaraçosas, sem provocar mal-estar, nem incômodo.

 

Na Organização das Nações Unidas (ONU), ambos terão vários desafios a enfrentar. Principal órgão internacional de negociações multilaterais, a entidade também exige que os representantes das delegações travem acordos bilaterais e específicos. Assuntos como paz, segurança e meio ambiente são apenas alguns dos vários colocados em debates constantes no órgão.

 

A sede das Nações Unidas em Nova York engloba a presidência, a Secretaria-Geral e o Conselho de Segurança. Também há unidades em Viena (Áustria), Genebra (Suíça), Nairóbi (Quênia) e Haia (Países Baixos).

 

A diplomacia brasileira costuma ser elogiada por se caracterizar pela construção de consensos, o fim das polarizações e a manutenção constante de diálogos e acordos. Nos últimos anos, as questões relativas à defesa de direitos humanos ganharam mais força devido à ação da delegação brasileira, que tem ressaltado a importância de preservação, manutenção e defesa desses princípios.

FONTE :  EBC/AGÊNCIA BRASIL –  http://www.ebc.com.br/2012/09/dilma-indica-embaixadores-que-articularam-negociacoes-na-rio20-para-representar-pais-na-onu  /    http://agenciabrasil.ebc.com.br/noticia/2012-09-22/futuros-chefes-da-delegacao-brasileira-nas-nacoes-unidas-sao-referencia-em-meio-ambiente-e-energia  /