Terminou sem definição a reunião entre mulheres da comunidade do Posto da Mata, em Alto Boa Vista, a 1.064 quilômetros de Cuiabá, e representantes do governo federal, nesta quarta-feira (12), no Palácio do Planalto, em Brasília. Elas pedem que seja suspensa a determinação judicial que pede a desocupação da área Marãiwatsédé, prevista para o dia 1º de outubro. Com isso, o trecho da BR-158 que passa pela comunidade continua bloqueado. O protesto já dura mais de uma semana.
Durante a reunião, a ministra-chefe da Casa Civil, Gleisi Hoffmann, alertou sobre o risco de conflitos em decorrência da desocupação. Ela disse ainda que nesta quinta-feira vai apresentar uma proposta para resolução do problema.
Nesta terça-feira (11), após enfrentar uma viagem de aproximadamente 30 horas de viagem, as mulheres, juntamente com seus filhos, acamparam em frente à sede do Tribunal Regional Federal (TRF) da 1ª Região em forma de protesto contra a decisão. Ao todo, são 250 pessoas, sendo que 70 são crianças e adolescentes. As mulheres receberam doações de alimentos e estão em um alojamento cedido por religiosos.
Conflito fundiário
A área de 165 mil hectares está ocupada pelos não índios desde a década de 1980, quando o governo militar retirou os Xavantes para um aldeia que fica a 600 quilômetros da comunidade. A terra foi vendida em vários lotes e chegou a formar a maior fazenda do mundo.
Em 1992 a empresa devolveu a gleba ao governo brasileiro, após descobrir que se tratava originalmente de uma reserva indígena. A Fundação Nacional do índio (Funai) iniciou o processo de demarcação, e neste período os posseiros seguiram com a ocupação. Ao todo viveriam na área cerca de 7 mil pessoas, segundo levantamento da associação que representa os produtores.
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