Um grupo de cerca de 30 a 40 indígenas arredios, também chamados por muitos de ‘isolados’, invadiu para saquear uma tribo acreana de índios Kaxinawás, na aldeia Humaitá. Tal aldeia abriga pouco mais de 300 pessoas e fica nas proximidades do Igarapé Xinane, na fronteira do Acre com Peru, com acesso de barco por Tarauacá, a mais de 600 Km da Capital (Rio Branco/AC).
A invasão dos ‘isolados’ ocorreu na última quarta-feira, dia 12, e resultou em um conflito entre as etnias. O combate teria, inclusive, ocasionado a morte de alguns indígenas (só não se sabe, ainda, quantos e para qual dos lados).
Até o fechamento desta edição, não havia maiores detalhes sobre o episódio. De acordo com o artista Juca Juliano, do grupo teatral Vivarte, o seu grupo esperava representantes dos índios Kaxinawás nesta semana, para dar continuidade a um trabalho de intercâmbio cultural e de utilidade agroflorestal que eles desenvolvem juntos. Contudo, o representante não pôde comparecer, reportando que a sua aldeia havia sofrido a tal invasão dos índios ‘isolados’.
O artista informou a A GAZETA o que os Kaxinawás lhe contaram. Segundo ele, a invasão foi retratada pelos nativos acreanos como algo ‘muito grave’. Os índios ‘selvagens’ teriam sofrido pressões de madeireiros criminosos peruanos e teriam migrado para as áreas de fronteira no lado brasileiro. Já pela região, eles primeiro rondaram a aldeia dos Kaxinawás há algum tempo e estariam furtando algumas ferramentas deles. Dias depois, eles decidiram invadir de vez a tribo.
A aldeia invadida fica perto da base da Frente de Proteção Etnoambiental Envira da Fundação Nacional do Índio (Funai). Lá, há um histórico de conflitos. A base é a mesma que em outubro passado foi tomada por militares peruanos armados. Na ocasião, o Exército Brasileiro teve de intervir para tomar a base de volta e conter a desordem e o clima de insegurança na região.
A GAZETA tentou entrar em contato com a coordenação local da Funai. Porém, nos setores responsáveis foi informado que a única apta a falar com a Imprensa sobre o caso era a coordenadora Maria Evanizia. No gabinete da gestora, a reportagem foi informada que Evanizia não se encontrava e só estaria lá para prestar informações sobre o caso na segunda-feira. A GAZETA também entrou em contato com a Coordenação Geral de Índios isolados e com a Assessoria de Comunicação da Funai, mas, até o fechamento desta edição, não obteve resposta.
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