O Prevfogo, por meio da coordenação de Mato Grosso e do Núcleo de Operações e Combate de Brasília, em parceria com a Funai, realizou, entre os dias 13 e 16 de agosto, a oficina de planejamento de queima controlada de roças em Terras Indígenas com a etnia Nambiquara, no município de Comodoro, em Mato Grosso.

Na oficina, com abordagem participativa, foi discutido o calendário para a queima do cerrado visando a manutenção da biodiversidade e dos serviços ecológicos. A intenção da abordagem foi de mostrar as principais espécies da flora nativa utilizadas pelos indígenas, cuja fauna sinergética depende para manutenção e reprodução.

As principais espécies elencadas foram o pequi, a mangaba, cajuzinho do campo, pitomba, jatobá, tucum, coquinho, jabuticaba do mato e buriti. Os indígenas observaram que, entre os meses de junho a setembro, quando a estiagem é prolongada, acontece a floração. Eles perceberam que os incêndios sem controle afetam a alimentação, pois isso diminui a oferta de frutos e dificulta a reprodução dos animais, que são sua fonte de proteínas.

A conclusão dos indígenas foi que a queima para limpeza do cerrado sujo para evitar tanto incêndios de maior proporção quanto acidentes com animais peçonhentos deve acontecer no início da estiagem em abril e maio ou pode ser depois da frutificação no inicio das chuvas em outubro.

Foi discutida a melhor época e forma da queima das roças de coivara, que são feitas na transição com as florestas. Os instrutores do prevfogo mostraram as técnicas de fogo controlado como trabalho comunitário, execução de aceiros, forma de iniciar a queimada (contra o vento e no final da tarde).

Os Nambiquaras reconheceram que a maneira tradicional de roças familiares, sem aceiros, com fogo vento a favor e no horário mais quente, só trazia prejuízos as famílias e para a natureza.

FONTE  : ASCOM/MMA