Onze pessoas foram presas durante uma operação deflagrada nesta quinta-feira (23) para desarticular uma quadrilha de extração ilegal de madeira em uma área próxima ao Parque Nacional do Xingu, no extremo norte da cidade de Paranatinga, a 849 km de Cuiabá. Conforme os fiscais do Instituto Brasileiro de Meio Ambiente e dos Recursos Renováveis (Ibama) que estão no local, a exploração da área já teria adentrado as terras indígenas.

Ao G1, Evandro Selva, chefe do Ibama em Sinop, afirmou que os fiscais conseguiram flagrar os trabalhadores que faziam extração de madeira em uma área dentro do Parque do Xingu. “Recebemos uma denúncia de que a exploração ilegal de madeira teria adentrado a terra indígena. Uma equipe se deslocou para lá e flagrou 11 pessoas trabalhando no local”, detalhou.

Na área onde os suspeitos estavam, havia alguns barracos montados que serviam de abrigo durante a noite. “Três máquinas foram encontradas no local, além de materiais como motosserra e outros objetos. Agora, estamos estudando como fazer a retirada desses equipamentos de lá”, explicou.

Ainda segundo Selva, aproximadamente 800m³ de madeira foram apreendidos no local. E para que nem as máquinas nem as madeiras sumissem, os fiscais acabaram dormindo na área. “A equipe dormiu lá. Eles permaneceram no local porque normalmente ao passo que os fiscais se afastam, as vezes apenas por algumas horas, a quadrilha rouba os equipamentos”, pontuou.

As 11 pessoas detidas foram encaminhadas para a Polícia Civil. Elas prestaram depoimento ao delegado e depois foram liberadas. Evandro Selva afirmou que como não havia outros crimes além da exploração de madeira, os suspeitos devem responder em liberdade.

Depois de flagrarem a extração ilegal de madeira em uma área de Paranatinga, a 849 km de Cuiabá, os fiscais do Instituto Brasileiro de Meio Ambiente e dos Recursos Renováveis (Ibama) sobrevoaram a região neste sábado (25) e constataram que a exploração do local ocorria muito próxima ao Parque Nacional do Xingu.

Conforme o Ibama, várias clareiras foram abertas na área de aproximadamente 10 mil hectares. Várias toras de madeiras já estariam prontas para o transporte e algumas árvores já estavam com marcas indicando que seriam as próximas a serem derrubadas. Armas, munições, dois tratores, uma pá carregadeira, além de motosserras, uma caminhonete e duas motos foram apreendidos no local.

No momento em que a equipe de fiscalização chegou ao local, mais de 10 pessoas trabalhavam na área. Três delas foram detidas, sendo o dono do maquinário, o responsável pelos trabalhos da equipe na mata e ainda o motorista de um caminhão carregado com 35m³ em toras de madeira. ”Essa extração é totalmente ilegal. O gerente da fazenda que estava aqui no momento da fiscalização disse que não tinha uma autorização para desmatar e tão pouco era um plano de manejo essa extração”, revelou Felipe Seino dos Santos, agente ambiental federal.

Ainda conforme o agente ambiental, o motorista detido teria apresentado documentos ilegais do produto transportado. ”Havia um outro problema que seria o esquentamento de madeira, ou seja, a madeira é extraída de forma ilegal e foi esquentada com a documentação de uma localidade onde a extração está sendo feita de forma legalizada”, explicou.

As pessoas detidas foram ouvidas pelo delegado Bráulio Junqueira e depois foram soltas.’Como eram apenas três, nem formação de quadrilha deu para configurar. Vamos remeter todo o material colhido para a delegacia de Paranatinga para que lá eles tomem as medidas legais e instaurem procedimento”, pontuou o delegado.

VER MAI EM : http://g1.globo.com/mato-grosso/noticia/2012/08/fiscais-sobrevoam-area-desmatada-proximo-parque-indigena-de-mt.html