Cerca de 300 índios deixaram, nesta quarta-feira, o acampamento montado durante três semanas no local onde está sendo construída a hidrelétrica de Belo Monte, em Altamira, no Pará.
O acampamento foi montado na fazenda Pimental, principal centro de obras às margens do rio Xingu, como forma de protesto pelo impacto que a obra poderá causar na floresta amazônica.
Após dois dias de negociações com os responsáveis da Norte Energia, consórcio que constrói a represa, os índios resolveram desocupar a área, segundo informou a companhia em comunicado.
Como parte do acordo, a empresa se comprometeu a construir cinco bases e dois postos de vigilância nas aldeias e também aceitou realizar uma série de medidas em caráter de emergência.
A construtora também vai doar cerca de 20 veículos para as aldeias indígenas afetadas e custear a formação de dois motoristas por povoado.
Além disso, foi definida também a criação de dois comitês integrados por representantes dos índios, um dedicado à monitoração do caudal do Xingu a partir da represa, e outro que zelará pelo cumprimento dos compromissos ambientais e atenção aos povos nativos por parte da construtora.
Belo Monte, que será a terceira maior hidroelétrica do mundo, começou a ser construída em março do ano passado na cidade de Altamira, com a resistência de índios, agricultores, pescadores e ecologistas, que estão preocupados com o impacto ambiental.
A hidrelética de Belo Monte terá uma capacidade de geração média de 4.571 megawatts hora e alcançará um teto de 11.233 megawatts na época de cheia do rio Xingu. A construção da mesma, vai exigir investimentos de cerca de US$ 10,6 milhões (R$ 21,5 milhões), segundo cálculos do governo.
Fonte: Terra – http://amazonia.org.br/2012/07/%c3%adndios-desocupam-obras-da-hidrel%c3%a9trica-de-belo-monte/
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