Roraima agora integra o mapa da operação Arco de Fogo, lançada em 2008 pelo Governo Federal, com intuito principal de combater o desmatamento na região amazônica. Assim como o Pará, Mato Grosso e Acre, desde a semana passada o Estado conta com efetivo para atuar especificamente em ações permanentes de controle a crimes ambientais. Ontem, os últimos agentes que compõem a equipe de sete pessoas enviadas a Roraima se apresentaram na Superintendência Regional da Polícia Federal.
Conforme o superintendente em exercício da PF, delegado Márcio Tenório, após as investigações realizadas por meio da operação Salmo 96:12, que apontou um aumento de 636% no desmatamento em Roraima, foi determinada a implantação da operação Arco de Fogo no Estado.
“Muitas madeireiras que se instalaram no sul do Estado vieram do Pará fugidas da fiscalização. A Arco de Fogo foi implementada lá e isso fez com que viessem para Roraima. Foi identificada então que era mais que necessária a implementação da operação no Estado, uma determinação do Departamento em Brasília”, informou o delegado.
A operação Arco de Fogo tem características similares à Operação Sentinela, que também é desenvolvida em Roraima para coibir os ilícitos nas fronteiras. A ação será mantida permanentemente o ano todo. “O pessoal destacado faz exclusivamente o controle e fiscalização de crimes ambientais, não é empregado em nenhum outro tipo de atividade”, destacou o superintendente em exercício.
O delegado Márcio Tenório informou que o efetivo que chegou ao Estado na semana passada já está no Jundiá, mais conhecido por km 500, no Município de Rorainópolis, no sul do Estado, onde será uma das bases de fiscalização da operação Arco de Fogo.
Além disso, em conjunto com equipes do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Renováveis (Ibama), os agentes estão em Rorainópolis, o principal polo madeireiro de Roraima, auxiliando nas fiscalizações de madeireiras e de carregamentos do insumo. Até o início do mês, R$ 206 mil em multas foram aplicadas e 510 metros cúbicos (m3) de madeira ilegal (cerca de 25 caminhões cheios) apreendidos.
As equipes estão atuando desde 23 de maio em várias frentes no sul do Estado. As ações de fiscalização são para combater o que restou do esquema revelado na operação Salmo 96:12. As fraudes patrocinadas pela quadrilha, com apoio de servidores públicos, regularizaram 21 mil hectares de desmatamentos e geraram 1,4 milhão de metros cúbicos de créditos de madeira nos sistemas oficiais que controlam a compra, venda e transporte de produtos florestais no país, o DOF e Sisflora. As irregularidades verificadas contemplavam toda a “cadeia de produção da madeira”.
“Hoje, com a situação que veio à tona com a operação [Salmo 96:12], a gente não tem DOF [Documento de Origem Florestal] válida. Então hoje não tem trânsito de madeira no Estado e esse pessoal do Jundiá, sendo essa a principal saída do Estado, está lá exatamente para garantir essa fiscalização”, ressaltou o delegado.
FONTE: Folha de Boa Vista
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