Países chegaram a um consenso nesta terça-feira sobre o texto final da Rio+20, que será apresentado aos chefes de Estado e de governo que participarão da cúpula de alto nível da conferência a partir de quarta-feira, disse nesta terça o chefe de comunicação do evento, Nikhil Chandavarkar.

As delegações concordaram com o texto apresentado pelo Brasil sem mudanças, afirmou o porta-voz. Países que se opunham a trechos do texto, apesar de terem aprovado a redação, manifestaram descontentamento.

Nações africanas e da União Europeia expressaram desacordo na questão referente ao Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (Pnuma). O texto cita um “upgrade” (promoção), sem discutir a transformação à condição de agência da ONU.

Os Estados Unidos, assim como outros países, também se disseram descontentes com alguns pontos do documento, mas não citaram quais, segundo Chandavarkar.

“Claro (que) acertar um consenso tem infelicidades em alguns pontos, mas ninguém questiona o consenso (ao texto)”, disse ele a jornalistas.

O texto ainda pode ser modificado durante a reunião de alto nível da conferência, que tem início na quarta-feira.

As negociações para o texto avançaram a madrugada. O Brasil pressionava para a aprovação do documento na noite de segunda-feira, mas enfrentava resistência, especialmente de países da União Europeia, que pediam que as conversas fossem estendidas.

Organizações não-governamentais (ONGs) repudiaram a redação do texto final e citaram uma fracasso da reunião, que passou a ser chamada por ativistas de “Rio-20”.