Cerca de 50 índios do Sul do Amazonas e de Rondônia ocupam desde terça-feira (5) a sede da Fundação Nacional de Saúde (Funasa), em Porto Velho. Cinco etnias, Tenharim, Parintintin, Mura, Karitiana e Pirahã se uniram para protestar. Eles reivindicam investimento na saúde indígena nas aldeias próximas à cidade de Humaitá (AM), microrregião do Rio Madeira e em todo o estado de Rondônia. Manifestações como esta vêm ocorrendo em vários estados brasileiros desde o mês de abril. No mesmo dia índios Xikrin realizavam manifestação em Marabá/PA.
O principal problema, de acordo com o cacique da etnia parintintin, Antonio, é com a falta de transporte para deslocar da aldeia aos hospitais de Humaitá. “Nós merecemos uma melhor atenção por parte do poder público. Estamos desassistidos e abandonados. Na aldeia sofremos com muitas doenças, como a malária, tuberculose e até o câncer e, quando precisamos de um atendimento médico, falta transporte para a locomoção”, contou.
Parintintin sofre de pressão alta e já chegou a andar mais de dez quilômetros a procura do serviço hospitalar. Outro problema relatado pelo cacique é a dificuldade na aquisição de medicamentos em farmácias da região, ele alega não ter condições de adquirir remédios para toda população aborígine.
Até às 20h30 desta quarta-feira, técnicos da Secretaria Especial de Saúde Indígena (Sesai), membros do Ministério Público Federal (MPF) e lideranças indígenas até ainda participavam de uma reunião na sede do MPF em busca de solução para o caso.
Índios Xikrin do Cateté fizeram protesto nesta quarta-feira (6) na Casa da Saúde Indígena (Casai) de Marabá/PA, sudeste do estado. Eles reclamam das péssimas condições do atendimento médico.
Segundo os indígenas, o veículo que deveria ser usado para dar assistência a eles está parado há mais de dois anos no pátio da Secretaria Especial de Saúde Indígena (Sesai) por falta de manutenção . Eles também reclamam de falta de infraestrutura nos alojamentos da Casa de Saúde Indígena (Casai). De acordo com os índios, na farmácia estariam faltando medicamentos.
Revoltados com o descaso, um grupo de índios resolveu fechar a casa e interromper o atendimento. Maria Xikrin do Cateté está há sete meses fora de sua aldeia, em Carajás, e reclama do atendimento. “Como vou tomar remédio para melhorar? Mandaram eu pra Marabá, fiz consulta, mas não tem remédio para eu tomar”, desabafa a indígena.
Cerca de 12 aldeias no sudeste do Pará dependem do atendimento oferecido pela instituição. De acordo com um técnico em enfermagem indígena, no momento, a farmácia só tem remédios básicos, como analgésicos. “A maioria dos remédios aqui são genéricos, dipirona, paracetamol. Remédios simples”, diz o indígena.
Segundo o líder da comunidade indígena, o protesto vai continuar até que o presidente da Secretaria Especial de Saúde Indígena de Brasília vá até a cidade de Marabá apresentar propostas de melhoria para o atendimento na Casai.
De acordo com a Secretaria Especial de Saúde Indígena de Brasília, já estão sendo realizadas ações emergenciais de infraestrutura na casa de saúde indígena, e a licitação para compras de remédios também já foi feita. Ainda segundo a Secreatria, camas e colchões novos para os alojamentos já foram comprados.
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