A estratégia de redução de emissões provenientes do desmatamento e degradação florestal (REDD+) no Brasil é uma oportunidade de desenvolver e canalizar recursos para uma economia verde de base florestal. É o que mostram estudos lançados neste sábado (16/06) pelo Ministério do Meio Ambiente no Parque dos Atletas, área que reúne eventos paralelos aos encontros oficiais da Conferência das Nações Unidas para Desenvolvimento Sustentável (Rio+20).

O levantamento “REDD+ nos estados amazônicos” compreende sete dos nove estados da Amazônia brasileira e apresenta panorama das políticas e iniciativas relacionadas às mudanças climáticas e florestas na região. Foi realizado pela Secretaria de Mudanças Climáticas e Qualidade Ambiental do MMA em parceria com o Instituto de Conservação e Desenvolvimento Sustentável do Amazonas (Idesam), com financiamento da Embaixada do Reino Unido.

No evento, o secretário de Mudanças Climáticas e Qualidade Ambiental do MMA, Carlos Klink, lembrou que REDD+ começou a operar no país por meio do Fundo Amazônia e disse que o grande desafio é criar incentivos nos vários biomas brasileiros. “É muitíssimo importante a aproximação com outros níveis de governo, como estados e municípios” destacou.

Jorge Hargrave, pesquisador do IPEA, destacou que REDD+ atrai a atenção pelo dividendo triplo que tem: controla desmatamento, controla emissões e ainda poderá distribui renda. E completou: “transferências intergovernamentais podem ser mecanismos da estratégia brasileira de REDD+”.

O Brasil já ofereceu resultados significativos de REDD+ nos últimos anos, por meio do controle do desmatamento na Amazônia. Segundo Mariano Cenamo, um dos autores do levantamento nos estados amazônicos, mais de 2 GtonCo2e foram reduzidas entre 2005 e 2010, e outros 7 GtonCo2e poderão ser evitados até 2020 na região. “Isso supera os compromissos de muitos países desenvolvidos”.

A SMCQ também lançou o Relatório de Painel Técnico do MMA sobre financiamento, benefícios e cobenefícios em REDD+. “Esse estudo é importante porque mostra com que um marco regulatório terá que trabalhar”, comentou o pesquisador Ronaldo Seroa da Motta, do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (IPEA).

Marco Antonio Fujihara, um dos especialistas que participou do painel técnico, lembrou ainda que 58% do potencial de redução das emissões no mundo está no Brasil. “Temos que avançar e quebrar as resistências em relação a essa questão”, afirmou ele.

Plínio Ribeiro, da empresa Biofílica, disse que ainda que existam projetos em construção no país, há baixa implementação. “Não podemos errar com Redd porque levaríamos vinte anos mais para valorar os ecossistemas”, destacou.

Para saber mais

O conjunto de políticas e medidas voltadas à redução de emissões provenientes do desmatamento e degradação florestal, conservação, manejo florestal sustentável e aumento de estoques é conhecido como REDD+.

Os países comprometeram-se, durante a COP 16, a deter, retardar e reverter a perda de florestas globamente até 2020. Por meio de REDD+, almeja-se ainda promover a restauração dos ecossistemas florestais.

Para isso, os países em desenvolvimento estão desenvolvendo estratégias nacionais, com apoio financeiro técnico de países desenvolvidos.

No Brasil, a estratégia está sendo desenvolvida pelo Grupo Interministerial de REDD+.

Mais informações em www.florestal.gov.br/redd 

FONTE : MMA/ASCOM