Em discurso no Plenário nesta segunda-feira (28), o senador Mozarildo Cavalcanti (PTB-RR) pediu mais incentivo à produção de conhecimento científico na região amazônica. Segundo o senador, das 75 áreas de conhecimento ofertadas em cursos da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes), 25 não são oferecidas na Amazônia.

– Um terço dos campos científicos não existe nas faculdades do Norte. Não há, por exemplo, cursos relacionados com a botânica – lamentou o senador.

Mozarildo pediu mais facilidade nos acordos de transferência de conhecimento. Segundo o senador, conforme relato de pesquisadores, a burocracia na região da fronteira também compromete a sistematização do conhecimento. O senador disse que uma reunião com representantes de países vizinhos pode levar até dois meses para ser marcada.

Ele acrescentou que os pesquisadores que costumam trabalhar na região normalmente não são concursados, o que não incentiva a permanência dos cientistas na região. O senador afirmou que a criação de uma “massa crítica local” vai permitir o enraizamento do conhecimento nos estados do Norte. Ele lembrou que a região é estratégica para a ciência do país.

– Casos de biopirataria são comuns na região. Cupuaçu e açaí, produtos típicos da Amazônia, já têm patente no estrangeiro – disse o senador.

Para Mozarildo, é preciso mais investimentos federais na Amazônia. Ele registrou que a região Norte tem apenas 124 programas para mestrado e doutorado, enquanto a região Sudeste tem 1526 cursos do mesmo tipo. Segundo o senador, um país que investe na formação e na produção tecnológica será um país preparado para o futuro.

– A região tem sido discriminada. Fica aqui o meu protesto. A Amazônia tem sido tratada como um quintal abandonado. Os amazônidas não merecem esse tratamento – concluiu o senador.

FONTE : Agência Senado