Um ponto de garimpo ilegal que estava em atividade na região de Homoxi, na Terra Indígena Yanomami, foi desativado durante ação repressiva da operação Ágata 4, deflagrada pelas Forças Armadas Brasileiras com apoio de órgãos federais e estaduais na quarta-feira, 2.

Sete pessoas que operavam no garimpo, instalado nas margens do rio Mucajaí, foram removidas da área e entregues na Superintendência Regional da Polícia Federal. As duas balsas utilizadas pelos garimpeiros foram destruídas. A ação ocorreu na última sexta-feira, 4.

Além do combate ao garimpo ilegal, as equipes envolvidas na operação Ágata estão na divisa de Roraima com a Guiana e Venezuela. Nas duas fronteiras, nos municípios de Pacaraima e Bonfim, foram montados Pontos de Bloqueio de Controle de Estradas (PBCE). Todos os veículos passam por revistas.  

“Ainda não tivemos nenhum resultado expressivo de ilícitos durante as fiscalizações que ocorrem com intuito de combater o tráfico de drogas, descaminho de combustível, contrabando e para verificar a entrada de estrangeiros que adentram as fronteiras”, informou o comandante da 1ª Brigada de Infantaria de Selva, general José Luiz Jaborandy.

Na semana passada, o 1° Batalhão de Infantaria de Selva Aeromóvel, 12° Esquadrão de Cavalaria Mecanizado e agências parceiras realizaram  Posto de Bloqueio de Controle de Estradas na BR-401 e na BR-174, próximo à comunidade indígena da Boca da Mata com a finalidade de localizar e reprimir ilícitos transfronteiriços de qualquer natureza.

As equipes trabalham ainda no reconhecimento aéreo a fim de verificar áreas de degradação ambiental. As ações já ocorreram no sul do município de Bonfim e na região que fica no sudeste do Estado.

Além disso, o Exército esteve acompanhando a Agência Nacional do Petróleo (ANP) na fiscalização de postos de combustíveis no interior do Estado. Foi realizado também patrulhamento no rio Maú, no município de Normandia.

As Ações Cívico Sociais (ACISO) também avançam durante a operação Ágata 4. Na semana passada, a 1ª Brigada de Infantaria de Selva esteve realizando, com apoio de universitários dos cursos de medicina da Universidade Federal de Roraima (UFRR) e universitários de odontologia da Faculdade Cathedral, atendimentos médicos, odontológicos e melhoria das instalações de escolas da região do município do Cantá.

No sábado, por meio do 7° Batalhão de Infantaria de Selva, foi realizado ACISO na comunidade indígena de Napoleão na Terra Indígena Raposa Serra do Sol e no domingo na comunidade indígena Vila Ticoça. A comunidade indígena da Boca da Mata na Terra Indígena de São Marcos também foi atendida.

“O resultado que a gente tem tido com a operação é bastante satisfatório. Temos visto a satisfação da população nos atendimentos sociais e com a diminuição dos ilícitos até pela própria presença da tropa e dos outros órgãos de fiscalização. A população se sente mais segura com essa presença do governo na linha de fronteira, que é uma das principais propostas do Ministério da Defesa”, destacou o general Jaborandy.

Todas as unidades do Exército de Boa Vista e um grupo do Amazonas que é subordinado a 1ª Brigada de Infantaria de Selva estão envolvidas na operação Ágata 4. São cerca de mil militares e cem civis de órgãos federais e estaduais. A operação segue até 17 de maio.

FAB – Dentro das ações da operação Ágata 4, na quinta-feira, 3 uma aeronave Cessna-206 foi interditada por inspetores de aviação civil da Agência Nacional de Aviação Civil (ANAC). A aeronave foi encontrada no aeródromo de Pouso da Águia, nas imediações de Boa Vista, com irregularidades na manutenção comprovadas pela vistoria nos documentos. A Paramazônia Táxi Aéreo Ltda, empresa proprietária da aeronave será autuada pela Anac.

A Força Aérea Brasileira está levando a equipe de inspetores da ANAC até as pistas de pouso da área da operação Ágata 4, para realizar o trabalho de fiscalização tanto das condições de infra-estrutura quanto da documentação de pilotos e aeronaves. A equipe é composta por três inspetores de Aviação Civil da Anac com o reforço de um inspetor militar da Aeronáutica e uma equipe de segurança da FAB.

“São localidades muito remotas, por isso a Anac precisa do nosso apoio aéreo e do auxílio da equipe de segurança”, informou o tenente coronel aviador Nilson Adão de Oliveira, coordenador do apoio à Anac na Ágata 4.

FONTE : Folha de Boa Vista