As fortes chuvas no centro-norte do Amazonas continuam elevando o nível dos rios Negro e Solimões. O número de famílias afetadas pelas inundações aumentou para 80.635 (ou 403.175 pessoas), segundo balanço divulgado nesta quarta-feira pela Defesa Civil.

Dos 62 municípios do Amazonas, 50 decretaram situação de emergência e três estão em calamidade pública. De acordo com o governo estadual, 3.682 famílias estão desabrigadas e outras 10.580, desalojadas.

Em Manaus, cerca de 30 mil pessoas foram atingidas pelos transbordamentos das águas do rio Negro.

No bairro Educandos, na zona sul, 20 famílias estão morando em barracas de lona e papelão após terem casas de madeira alagadas. Segundo a prefeitura, essas as famílias irão receber uma bolsa aluguel de R$ 600, mas o dinheiro não foi repassado até o momento.

No centro da cidade, a prefeitura interditou o terminal de ônibus de forma parcial, para evitar acidentes. O volume de água abriu crateras na rua das paradas dos veículos, impedindo a circulação.

Circulam no terminal por dia 860 ônibus e 150 mil usuários. Com a interdição, 359 ônibus (41% do total do terminal) deixaram de trafegar pelo local. Um novo itinerário foi aberto nas proximidades como alternativa aos usuários.

O Serviço Geológico do Brasil, responsável pelo monitoramento dos rios no país, informou que o nível do rio Negro se estabilizou em 29,97 metros de terça-feira para quarta-feira (30).

Como não para de chover nas nascentes do rio Negro, a previsão é que as águas do rio permaneçam subindo até junho. Na região, de acordo com o Inmet (Instituto Nacional de Meteorologia), as chuvas estão acima da média normal para o mês de maio.

Segundo o engenheiro de hidrologia Daniel Oliveira, o represamento que o rio Solimões faz na região do encontro com o Negro, próximo ao município de Manacapuru, contribui para a elevação das águas.

O rio Solimões está com 20,66 metros no local, 30 cm a mais da marca recorde alcançada em 2009. “O rio Solimões tem maior volume de água do que o Negro, então ele faz uma barreira impedindo as águas do Negro de seguir”, afirmou Oliveira.

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FONTE : Folha de São Paulo