A mostra ‘Nós do mundo’, que trata da relação entre os seres humanos e o planeta, é uma das atividades da Fiocruz para a Rio+20. A menos de um mês do início da Rio+20 – a Conferência das Nações Unidas sobre Desenvolvimento Sustentável, de 13 a 22 de junho – está aberta a temporada de intensificação de debates e discussões sobre desenvolvimento sustentável. E o Museu da Vida, da Fundação Oswaldo Cruz/Fiocruz, dará sua contribuição a partir da próxima sexta-feira (25), quando inaugura a exposição ‘Nós do mundo’, que trata da relação entre os seres humanos e o planeta.
“A Rio+20 não é só o evento que vai acontecer em junho, é um processo muito mais amplo e a gente acha que é fundamental colocar para o público toda essa discussão sobre desenvolvimento sustentável. Nós defendemos muito os museus de ciências, em especial o Museu da Vida, como espaços para debate, para a reflexão”, conta Luisa Massarani, chefe do Museu. Por meio de imagens, áudio, vídeos e atividades interativas, a mostra vai abordar temas como consumismo exagerado, mudanças climáticas, matrizes energéticas, desigualdades sociais e degradação do meio ambiente.
Para isso, a exposição, gratuita, com curadoria da bióloga Vanessa Guimarães, vai mais além da ideia de apenas passar informação. Elas estarão lá, claro. No caso, em forma de painéis explicativos, que mostram tanto o cenário mundial contemporâneo quanto algumas das soluções já existentes para o alcance de um desenvolvimento mais sustentável. Porém, a interação também está presente em um módulo especial.
Nele, haverá atrações como uma bicicleta que transforma a energia produzida em energia elétrica; uma casa em miniatura com informações sobre o gasto de energia por aparelhos geralmente encontrados nas residências brasileiras; a simulação de um supermercado em que, ao passar o código de barras de seu “produto” em um leitor, o visitante receberá informações ambientais a respeito dele; e uma linha do tempo na qual os visitantes poderão saber mais sobre algumas datas que marcaram os debates sobre desenvolvimento sustentável.
Provocação – “Nosso objetivo foi criar um ambiente de provocação, justamente para as pessoas pensarem sobre o desenvolvimento sustentável”, ressalta Luisa. A exposição ficará em cartaz até o fim de julho, mas pode ser estendida, de acordo com chefe do Museu da Vida. Sua inauguração marca também os aniversários de 13 anos do Museu da Vida, de 25 anos da Casa de Oswaldo Cruz e os 112 anos da Fundação.
Luisa acredita que os brasileiros estão mais preocupados com o meio ambiente do que nunca. E cita a pesquisa da União para BioComércio Ético (UEBT), feita com mil pessoas em oito países – quatro europeus, EUA e três que têm mercado emergente e grande biodiversidade (Brasil, Peru e Índia). A enquete apontou que 97% dos brasileiros consultados disseram ter ouvido falar sobre biodiversidade. Porém, apenas 46% a definiram corretamente.
Mesmo assim, o Brasil ficou em primeiro lugar no nível de acertos da definição de biodiversidade. “O Brasil, em comparação com esses países, em particular com Peru e Índia, que também são diversos, tem uma elite com preocupação claramente maior”, compara.
E a respeito de definição de desenvolvimento sustentável, segundo a mesma pesquisa, o País só perdeu para a França. “São números que dizem que há um percentual enorme de pessoas muito preocupadas com o meio ambiente. Falar de desenvolvimento sustentável no Brasil hoje é mais fácil”, constata.
(Clarissa Vasconcellos – Jornal da Ciência)
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