Nível desta sexta-feira (11) está a 13 centímetros da maior cheia registrada. 45 cidades do Amazonas já decretaram situação de emergência.

As águas do rio Negro não param de subir e a cota divulgada nesta sexta-feira (11) é de 29,64 metros. Os números indicam 13 centímetros a menos da maior cheia registrada no Amazonas. A Avenida Eduardo Ribeiro, no Centro de Manaus, já está sendo afetada pelo nível das águas.

Nas calçadas e no asfalto de uma das principais vias da capital, já é possível notar grande quantidade de água. Pedestres e motoristas começam a redobrar a atenção durante o trânsito no local.

A previsão do Serviço Geológico do Brasil é que o nível do rio Negro, em 2012, ultrapasse a grande cheia de 2009. Naquele ano o registro máximo foi de 29,77m. Para este ano, a previsão é que as águas podem subir até 30,13m. No dia 31 de maio um novo alerta de cheia será emitido pelo órgão.

Emergência
O estado do Amazonas já tem 45 cidades com decreto de situação de emergência. A capital faz parte da lista. De acordo com a Defesa Cilvil, a cheia dos rios no Amazonas já afeta mais de 70 mil famílias. Mais cidades podem decretar emergência nos próximos dias.

Cheia no Amazonas coloca a saúde de 8 mil famílias em risco na capital

Áreas alagadas aumentam o risco das doenças de veiculação hídrica. Melhor prevenção é evitar o contato com a água, diz secretário da Susam.

Nove bairros estão alagados em Manaus devido ao nível do rio Negro, colocando a saúde de pelo menos oito mil famílias em risco, de acordo com a Defesa Civil. A cheia de 2012 já é a terceira maior registrada na história do Amazonas, chegando nesta quinta-feira (10) ao mesmo nível do ano de 1976, com 29, 61 metros, a apenas 16 centímetros da cheia histórica de 2009.Os bairros São Jorge, são Raimundo, Aparecida, Presidente Vargas, Glória, São Geraldo, Educandos, Raiz e Betânia já sofrem com alagações.

A reportagem do G1 conversou com o Secretário de Estado de Saúde do Amazonas, Wilson Alecrim, a respeito das prevenções que os moradores desses locais devem tomar e sobre os riscos que correm. Ele frisa que é preciso ter muito cuidado, porque as áreas alagadas aumentam o risco de surtos das doenças de veiculação hídrica, como a Leptospirose, a Hepatite ‘A’ e a Febre Tifóide.

“A principal prevenção é evitar o contato com água da área alagada, lavar bem e constantemente as mãos, e se for ingerir usar duas gotas de hipoclorito de sódio para cada litro, deixando atuar por meia hora antes do uso. Ele elimina as bactérias e está sendo distribuído, gratuitamente, em Manaus pela Secretaria de Saúde Municipal (Semsa)”, disse o secretário, ressaltando ainda que 6.000 frascos do produto já foram distribuídos na capital e no interior.

Outra recomendação feita per ele é a de tomar cuidado com as crianças. “Elas gostam muito de brincar na água. Isso é muito perigoso, além do risco de doenças de pele, elas ainda podem se afogar. O aleitamento materno é importante no caso das crianças menores, porque deixa os bebês mais protegidos”, alertou.

Na capital, 1,8 mil servidores da Semsa estão prestante atendimento médico e reforçando as atividades de orientação para estas 8 mil famílias, ressaltando medidas de higiene pessoal e alimentar, o tratamento de água para consumo próprio, a destinação adequada para o lixo doméstico, entre outros cuidados.

Surtos menores

A Defesa Civil do Estado já contabilizou 70 mil famílias atingidas pela cheia e 45 municípios, dos 62 do Amazonas, declararam estado de emergência. Mesmo com os números alarmantes, os casos de doenças decorrentes da cheia na capital são menores que os do ano passado, quando o nível do rio estava menor.

Em Manaus, entre janeiro e abril deste ano, segundo dados do Departamento de Vigilância Epidemiológica e Ambiental (DVEAM) da Semsa, foram registrados 15 casos de Leptospirose.

No mesmo período do ano passado, foram 29 casos. Em relação à Hepatite A, os registros do primeiro quadrimestre deste ano apontam 90 casos da doença, contra 126 notificados de janeiro a abril de 2011. Este ano, ainda não há registros da Febre Tifóide, na capital. No ano passado, foram 4 casos da doença.

FONTE : G1

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