A cheia do rio Amazonas afeta mais de 61 mil famílias em todo o Estado. Dos 62 municípios amazonenses, 36 já decretaram situação de emergência. Na capital, Manaus, a situação começou a piorar nas últimas 24 horas. A cheia no rio Negro invadiu 3.278 casas situadas nas margens dos três maiores igarapés que cortam a cidade. Pelos cálculos da Defesa Civil municipal, mais de 16 mil pessoas estão sofrendo com a elevação do nível do rio que, nesta quinta-feira, atingiu a marca de 29,3 m (relativos ao nível do mar).
Se a subida do rio continuar na mesma média diária (6 cm), o número de pessoas atingidas pode ultrapassar os 18 mil. A previsão é do Serviço Geológico do Brasil, órgão responsável pela medição do nível das águas de toda a calha dos rios da Amazônia. Pelos dados colhidos ao longo do rio Negro, que banha Manaus, a cheia deste ano pode ultrapassar a cota de 29,77 m, recorde histórico registrado em 2009.
A previsão é de que no ápice da cheia, que deve acontecer no mês de junho, o rio possa atingir 30,13 m. Onze bairros de Manaus já têm casas alagadas. “Para diminuir o problema, nós vamos instalar pontes modulares feitas de ferro e madeira, bombas para retirar a água que fica parada e instalar banheiros químicos porque muitas casas comerciais já não têm condições de usar os banheiros, pois as fossas estão alagas”, afirmou o secretário da Defesa Civil, coronel Ary Renato.
Na rua dos Barés, região central de Manaus, os comerciantes improvisaram passarelas de madeira para o transporte de mercadorias. O trânsito na área é intenso, pois a rua fica a 300 m do porto principal das embarcações que chegam e parte para todas as partes da região. A situação está feia, nunca vi essa rua alagada desse jeito. É ruim para quem vende e para quem quer comprar”, lamentou o agricultor Roberval da Silva.
Muitos moradores chegaram a reivindicar a doação de madeiras para a construção de marombas, como são chamados os assoalhos construídos sobre as casas. Porém, os técnicos da Defesa Civil não recomendam a medida. “Todas as casas que nós visitamos mostraram que não têm condições estruturais para receber um segundo piso. Elas correm sério risco de desabar com as marombas”, afirmou Ary Renato.
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