Ao menos 400 índios de vários municípios acreanos e do Amazonas devem chegar a Rio Branco para apoiar lideranças dos povos Huni Kui, Jaminawa, Manchineri, Apolima Arara, Nawa e Ashaninka que ocupam a sede da Funai n Capital acreana e que devem ser retiradas do local nesta segunda-feira, 28, pela Polícia Federal.
De acordo com o coordenador regional do Conselho Indigenista Missionário do Acre (Cimi), Lindomar Padilha, os primeiros índios deveriam chegar a Rio Branco no sábado, 26.
“Eles estão enfrentando dificuldades em relação ao transporte. Mas temos informações que índios de Cruzeiro do Sul, Feijó, Tarauacá, da estrada de Boca do Acre e de outras regiões do Acre já estão se deslocando para a Capital. A intenção é apoiar a lideranças que estão na sede da Funai, defendendo os direitos dos indígenas”, explicou.
Lindomar Padilha lembrou que já foi impetrado recurso contra a decisão da Justiça Federal que determinou a desocupação do prédio da Funai. “Estamos otimistas que vamos conseguir uma vitória”, disse Padilha.
Sob ordem de despejo, indígenas seguem com ocupação à sede da Funai no Acre
Indígenas mantêm ocupação na sede regional da Fundação Nacional do Índio (Funai), em Rio Branco, Acre, desde o último dia 15 sob ordem de despejo. Porém, a situação segue tensa: reintegração de posse foi solicitada pelo órgão indigenista e conforme decisão judicial deverá ser executada na terça-feira, 29. Os indígenas afirmam que permanecerão no local.
O movimento pede a saída da coordenação regional do órgão, acusada de corrupção e uso indevido do dinheiro público, melhorias nas áreas da saúde e educação, além de demarcação de 21 terras indígenas – alvos da expansão das fronteiras do agronegócio na Amazônia.
Um pedido de reintegração de posse foi encaminhado pela Funai para a Justiça Federal, que concedeu liminar. O movimento indígena recorreu da decisão e aguarda parecer da Justiça. No compasso da espera, a sede da Funai segue tomada por cerca de 120 indígenas. Porém, a mobilização deverá aumentar nos próximos dias.
“Tivemos uma audiência na Assembleia Legislativa ontem (quinta-feira, 24), onde a Comissão de Direitos Humanos se comprometeu conosco. Cansamos de conversas, precisamos de resultados. São muitas mortes e violências. Qual a dificuldade de perceberem que lutamos por nossas vidas?”, destacou Ninawá Huni Kuĩ.
Os povos presentes na sede regional da Funai são os Jaminawa, Ashaninka, Huni Kuĩ, Madja, Nawá, Manchineri e Apolima Arara.
FONTE : A Gazeta / CIMI
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