Várias autoridades buscam, nesta segunda-feira (28), resolver o impasse causado pela invasão da sede da Fundação Nacional do Índio (Funai), em Rio Branco, por cerca de 100 indígenas, desde o último dia 15. No dia 18, a Justiça Federal deu 10 dias de prazo para desocuparem o espaço público, do contrário a Polícia Federal cumprirá uma ordem de despejo para reintegração de posse.

Os índios prometem resistir à desocupação e dizem que mais cerca de 400 manifestantes, de aldeias de todo o Estado, devem se unir a eles para reforçar o movimento. Numa reunião que estava marcada para as 15h desta segunda-feira, no Ministério Público Federal (MPF), autoridades e representantes do movimento buscariam uma solução pacífica.

A reunião teria a participação de representantes da Funai, do MPF, dos índios e o secretário estadual de Direitos Humanos , Nilson Mourão. O objetivo da reunião, de acordo Nilson Mourão, é buscar uma alternativa através do diálogo, interrompendo assim a necessidade da retirada dos indígenas com uso do aparato policial. “Sempre há portas para o diálogo e nós vamos debater à exaustão até encontrar uma solução que contemple a todos”, disse.

De acordo com Nilson Mourão, a Polícia Federal não cumpriria a ordem de desocupação do prédio da Funai nesta segunda-feira. “ Estamos tranquilos. Eles têm a ordem, mas não é para hoje”, declarou.

Os índios revoltados pedem a exoneração da coordenadora regional da Funai, Maria Evanízia dos Santos. Eles dizem que seus povos estão desassistidos pelo governo federal e que os recursos destinados à educação e à saúde indígena não são aplicados em sua finalidade.

No início de maio, cerca de 40 lideranças indígenas foram até Brasília (DF) reivindicar direitos junto ao governo federal. Ao retornar, no dia 15 acamparam na sede da Funai, na estrada Dias Martins, em Rio Branco, e fecharam as portas do órgão, impedindo seu funcionamento.

FONTE : O Alto Acre