A meteorologia confirma que o período chuvoso, conhecido como o inverno nas regiões amazônicas, chegou e este ano deve ser mais forte que o considerado normal, por influência do fenômeno La Niña. No entanto, a previsão é que as chuvas sejam menos intensas que as do passado, quando se registrou uma cheia história do rio Branco, o principal do Estado.

Desde o dia 1º, de acordo com dados do Sistema de Proteção da Amazônia (Sipam), até o sábado, 7, havia um acumulado de quase 100 milímetros de chuva, enquanto o normal é uma média de 130 mm para todo o mês. O resultado é considerado acima do normal, porém inferior ao mesmo período do ano passado.

Conforme explicou o meteorologista da Fundação Estadual do Meio Ambiente e Recursos Hídricos, Ramon Alves, a tendência é que até o final do mês sejam registradas chuvas mais intensas. Dos seis meses considerados como período chuvoso – de abril a setembro –, geralmente a maior ocorrência de chuvas acontece a partir do mês de junho.

Neste ano, o Estado ainda está sob influência do fenômeno La Ninã, o que tende a aumentar a quantidade de chuvas. Mas há ainda outros sistemas que influenciam no índice pluviométrico, como, por exemplo, o aquecimento das águas do Oceano Atlântico. “Até o momento está tudo dentro do considerado normal, mas a situação requer um monitoramento constante”, explicou o profissional.

A partir do meio do mês, a intensidade de chuvas deve aumentar gradativamente até abranger todo o Estado. A pluviosidade inicia sempre nos municípios do sul de Roraima, onde já é registrado volume intenso de chuvas, e aos poucos atinge as demais localidades.

Roraima foi um dos sete estados contemplados com equipamentos de monitoramento de cheias e secas, doados pela Agência Nacional das Águas (ANA). As Salas de Situação, nome dado ao local onde estão sendo instalados os equipamentos, vão fazer o monitoramento dos dados hidrológicos e informar com antecedência sobre uma possível ocorrência de eventos. A previsão para inauguração da Sala de Situação de monitoramento é o dia 1º de maio.

O ano passado entrou para a história do Estado de Roraima como o que registrou o inverno mais rigoroso de todos os tempos. O rio Branco atingiu a marca histórica de 10,28 metros e, como resultado de toda essa chuva, foram centenas de famílias desabrigadas. No final do mês de junho, a Defesa Civil chegou a contabilizar 183 pessoas nos abrigos em Boa Vista e 541 em Caracaraí, além de cerca de 1.800 desalojados. A estimativa é de que 355 mil pessoas tenham sido afetadas pelas chuvas.

FENÔMENO – La Niña é o nome dado para designar um fenômeno climático que ocorre em decorrência do resfriamento (em média 2°C ou 3°C) anormal das águas superficiais do Oceano Pacífico, especialmente na parte centro-oriental. Esse fenômeno gera profundas mudanças na dinâmica da atmosfera, fator que interfere diretamente nas características climáticas do mundo. É conhecida por aumentar índices pluviométricos no leste e norte da Amazônia.

Entregadores em geral, motoboys e todos aqueles que precisam usar motocicletas ou bicicletas, seja para o trabalho ou para o transporte diário, são os que mais sofrem com o período chuvoso, por conduzirem veículos que os deixam expostos às chuvas.

Além do perigo de a água molhar o produto a ser entregue, que deve ser levado sempre com rapidez, muitos entregadores enfrentam as pistas escorregadias e os buracos que costumam aumentar ou ficarem encobertos pela água. “Mesmo com todas estas chuvas e com o desrespeito de alguns que nos dão banho de lama de propósito, não podemos parar”, disse o entregador Júnior Lima.

Por outro lado, quem lucra são os vendedores de produtos como capas de chuva e guarda-chuvas, comercializados numa média de R$ 50 e R$ 10, respectivamente. Segundo o vendedor Beneditino Rui, a venda ainda está tímida, mas a tendência é aumentar nos próximos dias. “Já estou preparando o estoque”, frisou.

Parte das obras da construção da ponte de concreto no igarapé Mecejana desabou com as fortes chuvas que caíram durante o fim de semana na capital. As amarrações de madeira que deveriam sustentar e dar mobilidade ao processo de estruturação da obra foram destruídas e parte seguiu galeria abaixo.

A obra já está parada há três semanas. Foi possível registrar que parte da galeria por onde corre o igarapé Mecejana já está rachada. Procurada pela Folha, a Secretaria Municipal de Obras e Urbanismo informou que as obras foram paralisadas apenas devido ao feriado da Semana Santa, mas não comentou sobre o desabamento.

Conforme a nota enviada à Redação, afirmou que já foram concluídos 50% da construção dos tubulões da ponte de concreto e que serão construídos quatro outros tubulões. Estão sendo escavados 12 metros de profundidade no local para realização do trabalho, que corresponde à fundação da obra.

A ponte dará acesso à rua Dom Pedro I, no bairro Mecejana, e à avenida Terêncio Lima. A obra é feita com recursos provenientes de um convênio entre a Prefeitura de Boa Vista e o Ministério das Cidades, por meio da Caixa Econômica Federal. A extensão da ponte será de 14,5 metros, podendo chegar até 15 metros. Estão sendo investidos R$ 348.537,76. 

O projeto prevê ainda a recuperação da mata ciliar com o plantio de mudas e espécies nativas nas áreas degradadas, ajudando na manutenção da qualidade da água, estabilidade do solo e regularizando o sistema hídrico.

A construção dessa ponte irá desafogar as avenidas Mário Homem de Melo e a Pedro Rodrigues, facilitando o tráfego dos condutores que utilizarem a avenida Terêncio Lima.

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