Consensos como acesso universal a energia, eficiência energética e energia sustentável estão incluídos na agenda da Conferência.
Todos os anos, os governos se reúnem em conferências, congressos, fóruns, seminários e simpósios. Os nomes são variados. O significado de cada um: nem todos sabem. Na teoria, estes encontros servem para discutir propostas capazes de solucionar questões políticas, sociais, econômicas ou ambientais. Na prática, a situação muda. Este problema veio à tona no primeiro dia do Fórum Mundial de Sustentabilidade nesta quinta-feira (22) em Manaus. O evento, que antecede os debates sobre a Rio+20, acontece até o próximo sábado (24).
O governador do Amazonas, Omar Aziz, fez a abertura do Fórum. No discurso, ele pediu que os participantes discutissem soluções práticas para aliar preservação e sustentabilidade em favor dos povos da Amazônia. “Esperamos que, depois deste Fórum, sejam apresentadas propostas para ajudar a população que vive na floresta e depende dela pra sobreviver”, disse. A cobrança foi reforçada pelo líder do governo no Senado, senador Eduardo Braga.
O diretor executivo da Rio+20, Brice Lalonde, foi questionado sobre propostas concretas para solucionar problemas.
Neste primeiro dia do Fórum, várias vezes o diretor executivo da Rio+20, Brice Lalonde, foi questionado sobre propostas concretas para solucionar problemas emergiais, principalmente na Amazônia. Em resposta, Lalonde promoteu inserir a sociedade civil nos debates da Conferência. Segundo ele, três discussões envolvendo a região estão na agenda da Rio+20. “Vamos levar três concensos sobre energia: acesso universal a energia (o que envolve comunidades); eficiência energética e como desenvolver mais participaçãio de energia sustentável”, afirmou. Baseado na experiência, Lalone também destacou que estas soluções não podem suscitar novos problemas ambientais.
Desacreditada da participação civil em conferências anteriores, a ativista social e ambiental Bianca Jagger, perguntou como Lalone pretende envolver a população. Em tom ideológico, o diretor jogou a responsabilidade de articulação para os governantes e demais setores com informações acessíveis. “Os resultados não são imediatos. Ações vêm a partir de vocês, principalmente dos chefes de estado. É preciso mobilizar o pescador, por exemplo, e chamá-lo para envolvê-lo nessas discussões. Não podemos desacreditar”, frisou.
Desenvolvimento, meio ambiente e corrupção
Encontrar soluções sustentáveis é um dos desafios da Amazônia. Sobre isso, o diretor executivo da Rio+20 foi taxativo: “Não podemos confrontar sustentabilidade e meio ambiente”. Outro assunto na pauta da Rio+20 é governança. Na opinião de Lalonde, é impossível conseguir bons resultados a partir dos debates nos países em que a corrupção predomina.
Durante o Fórum, a ex-primeira ministra da Noruega, Gro Harlem Bruntland, reforçou que a Rio+20 precisa vir carregada do sentimento de cooperação. Gro também lembrou o conceito de sustentabilidade. “Temos que pensar na utilização dos recursos sem esquecer as próximas gerações”, disse.
Amazonas em 30 anos
Durante o Fórum, o consultor, jornalista e escritor Mark London lançou o documentário “Shark Loves The Amazon”. Para ele, o Amazonas está preparado para encarar os problemas ambientais. “Há 30 anos os jovens do Amazonas se preocupavam com questões ligadas à democracia. Hoje, se preocupam com questões ambientais. O momento em que vivemos cobra isso. Tenho certeza de que o Amazonas vai melhorar daqui a 30″, disse.
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