Santa Izabel do Rio Negro é o município que está mais próximo de superar a cheia recorde registrada em 2009.

O Amazonas se prepara para viver mais uma grande cheia dos rios no estado. Até esta sexta-feira (16), dez municípios já decretaram estado de emergência . A Defesa Civil do Amazonas, junto aos órgãos competentes, já estruturam as ações que deverão ser realizadas diante do quadro.

Durante a maior cheia registrada em 2009 no Amazonas, 58 municípios foram atingidos.  Mais de 335 mil pessoas  foram prejudicadas, 50,4 mil pessoas  desalojadas e 9,1 mil desabrigadas.

Em um comparativo feito entre a última quarta-feira (14) e a cheia máxima dos rios em 2009, sete municípios estão próximos de superar a cheia máxima. Santa Izabel do Rio Negro apresentou a diferença mínima de 0,91 centímetros. Na quarta-feira o nível do Rio Negro, na altura do município estava em 6,33 metros. A cheia máxima registrada no município atingiu 7,24 metros em 2009.

O município de Tabatinga, na calha do Rio Solimões, alcançou os 12,40 metros na quarta. A cheia máxima no município registrada é de 13,82 metros, uma diferença de 1,42 metros. Em seguida aparece Parintins com 7,72 metros, faltando apenas 1,66 metros para alcançar a maior cheia registrada em 2009, de 9,38 metros.

Manaus

De acordo com o titular da Secretaria de Estado da Defesa Civil, Coronel Roberto Rocha, nesta sexta-feira (16), a cota do Rio Negro em Manaus está 30 centímetros acima do comparado com a mesma data em 2009. A capital amazonense está em alerta com apenas 2,79 metros abaixo da maior cheia do Rio Negro em 2009. Na quarta, o nível do rio estava em 26,98 metros. Em 2009, o recorde alcançou os 29,77 metros.

Rocha destacou que se este ano, a cheia do Rio Negro em Manaus chegar a casa dos 29 metros, pelo menos 10 mil pessoas sofrerão o impacto.

Impacto 2012

De acordo com os dados da Defesa Civil do Estado, os municípios de Anamã, Barreirinha, Caapiranga e Careiro da Várzea poderão ficar submersos durante as enchentes.

“As principais consequências serão sociais e econômicas. Danos humanos, ambientais e materiais. O aumento de doenças endêmicas, a evasão escolar, queda na produção rural, impacto na distribuição de energia e saneamento básico, além do abalo na questão psicológica comunitária”, disse Rocha.

Repasse

Segundo o governador em exercício, José Melo, o governo do estado já solicitou do Governo Federal 12 milhões para ajudar as famílias que serão afetadas. Melo explica que serão emitidos pelo menos 60 mil cartões para o repassa da verba. Cada família receberá o valor de R$ 400 mensais para atender suas necessidades básicas.

“Desse total, aproximadamente 13 mil cartões já foram emitidos para atender as famílias desabrigadas no município de Boca do Acre e região”, explicou Melo.

Entendimento nacional

Melo ressaltou que até o ano de 2009, a Defesa Civil Nacional, o Governo Federal e Ministérios não tinham o real entendimento das necessidades e dificuldades vividas pelas famílias ribeirinhas durante a cheia dos rios.

“Os fenômenos naturais, peculiares da nossa região não eram entendidos de forma correta. Hoje há esse entendimento e isso facilitará os trabalhos que deverão ser feitos”, ressaltou Melo.

O governador em exercício comentou que desde a cheia histórica de 2009 a Defesa Civil Nacional tem redobrado a atenção aos estados da região norte durante o período da cheia dos rios.

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