Para Izabella Teixeira, do Meio Ambiente, é preciso consenso sobre tema. Comissário do meio ambiente da União Europeia sustenta debate na Rio+20.

A ministra do Meio Ambiente, Izabella Teixeira, disse na tarde desta sexta-feira (16) que, como país anfitrião da Rio+20, o Brasil “está construindo o consenso” em relação à criação de um organismo dentro da ONU com nível de agência para a defesa de meio ambiente.

No entanto, ela defende o fortalecimento do Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (Pnuma).

“A criação de uma agência não é consenso. O Brasil quer um esforço político para fortalecer o Pnuma, para que avance no modelo de governança para o desenvolvimento sustentável. Como país anfitrião, estamos buscando consenso em relação à criação de uma agência num caminho de negociação exitoso”, disse a ministra.

A ministra participou de debate sobre economia verde no evento “Rumo à Rio+20”, realizado no Rio de Janeiro, e que contou com a presença de Janez Potocnik, comissário de Meio Ambiente da União Europeia. A cúpula acontece de 13 a 22 de junho, no Rio de Janeiro.

Ela insiste que o Pnuma precisa ser fortalecido pois, segundo ela, menos de 20 países contribuem efetivamente com o programa.

“Estamos construindo o consenso. Pode ser que leve à criação de um organismo, não necessariamente uma agência. O Brasil trabalhará duro para isso. Há consenso no fortalecimento do Pnuma, na modernização da gestão. O Pnuma carece de um modelo de gestão invadora . O que tenho ouvido de todos os países é que é preciso fazer uma avaliação das várias possibilidades. Queremos um caminho sólido que possa fortalecer esse organismo internacional”.

Logomarca Rio+20 (Foto: Reprodução)

Esvaziamento da cúpula
Izabella também não acredita que a crise europeia ou as eleições em países como Estados Unidos e França possam esvaziar a Rio+20.

“O governo francês está passando por uma eleição agora. Virá um chefe de Estado, independentemente de quem for. Os Estados Unidos participarão da conferência. Temos um número expressivo de chefes de Estado e de Governo, além de delegações em número bastante ambicioso. Não temo o esvaziamento. Vai ser um sucesso. O que pode acontecer é um líder não ser eleito, mas seu país estará presente”, diz.

Ela disse que chegou recentemente da França, onde participou do Forum Mundial da Água, em Marselha, que reuniu representantes de 160 países. Segundo Izabella, o debate inaugural do fórum foi sobre a Rio+20.

Europa já debate temas da conferência
O comissário de Meio Ambiente da União Europeia, Janez Potocnik, disse que a o Conselho da UE fechou sua proposta para a Rio+20 com cinco tópicos principais a serem discutidos: energia sustentável.  água, manejo sustentável da terra e dos ecossistemas, oceanos e eficiência no uso de recursos, com foco no lixo.

“Os dias de recursos baratos e disponíveis terminaram. A população mundial vai crescer muito e vai aumentar a pressão sobre os recursos naturais. Até 2030, a classe média do mundo será composta de três bilhões de pessoas”, disse.

Para ele, no Rio se deve discutir uma forma de combinar mercado com regulação e deu um exemplo de que isso é possível. “Futebol. É um jogo global. Pergunte aos jogadores se eles gostariam de jogar sem regras? Precisamos de regras, e regras claras para todos”, disse ele.

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