Boa Vista tem registrado nos últimos dias uma variação no clima. Apesar do período seco, desde o feriado prolongado de Carnaval que os termômetros têm marcado temperaturas amenas na capital, chegando a 23°, o que para o roraimense é o bastante para sentir frio.
O meteorologista da Fundação Estadual do Meio Ambiente e Recursos Hídricos (Femarh), Ramón Alves, explicou que essa mudança climática dos últimos dias está relacionada a uma convecção reforçada pela presença de um cavado – região de baixa pressão atmosférica – que tem gerado instabilidade e algumas pancadas de chuva principalmente no sul de Roraima. Mas isso é considerado normal, visto que o acumulado de chuvas do mês de fevereiro em Boa Vista está em torno de 20mm.
Em janeiro foi registrada pelo Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet) precipitação de aproximadamente 34 mm. O normal para o período são 30 mm. Entretanto, mesmo sendo acima do normal, as chuvas nos meses de fevereiro e março serão de baixas precipitações.
O registro de chuvas se deve ao fenômeno La Niña. De acordo com as análises de dados observacionais e prognósticos de modelos numéricos do Sistema de Proteção da Amazônia (Sipam), as águas superficiais na região do Oceano Pacífico sugerem a presença do fenômeno no Estado.
Mas, para os próximos dias, a meteorologia prevê para o setor norte de Roraima que o sol predominará. A previsão é de calor. A instabilidade diminuirá, mas o céu ainda deverá ficar com alguma nebulosidade e há previsão de chuva rápida e localizada. Já no setor sul do Estado o sol aparecerá sempre entre muitas nuvens e ainda poderá chover no decorrer do dia.
O início do período chuvoso na região sul de Roraima está previsto apenas para o final de março e meados de abril na região norte do Estado. Portanto, ainda existe certa preocupação em relação às queimadas no mês de março.
O Comitê de Queimadas continua a monitorar essa situação. Uma das formas de monitoramento é realizada pelas imagens de satélites gerados pelo Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), onde foi observado que para os próximos meses as condições climáticas de risco de fogo estão classificadas como altas e críticas no setor nordeste do Estado de Roraima.
“É importante salientar que a educação ambiental também faz parte do monitoramente onde as diversas instituições compostas pelo Comitê de Queimadas fazem esse trabalho”, disse Ramón Alves.
Nos próximos meses a Agência Nacional de Águas (ANA), o Serviço Geológico do Brasil (CPRM) e a Femarh irão instalar em Roraima uma sala de situação para monitorar mais de perto esses fenômenos climáticos com intuito de responder com mais rapidez as situações críticas que ocorrem no Estado.
FONTE: Folha de Boa Vista
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