O despejo de esgoto in natura no curso do igarapé Mirandinha pela Companhia de Água e Esgotos de Roraima (Caer) começa a ser investigado pelo Ministério Público de Roraima (MP-RR) que já requisitou uma análise sobre as características físicas e bacteriológicas da água. A coleta de amostras será feita hoje pela manhã por dois professores do Programa de Pós-Graduação em Recursos Naturais (Pronat) da Universidade Federal de Roraima (UFRR).
A coleta será acompanhada por fiscais ambientais da Fundação Estadual do Meio Ambiente e dos Recursos Hídricos (Femarh), nos pontos de despejo do esgotamento, na foz do igarapé e no ponto de captação de água da Caer no rio Branco. Além da coleta, a solicitação envolve análise e emissão de laudo técnico e parecer técnico que avaliem a qualidade da água no local.
O chefe do Pronat, professor Marcos Vidal, explicou que a coleta também poderá ser realizada em outros pontos para confirmar o grau de contaminação da água. O resultado das análises ficará pronto na próxima quarta-feira, 8.
PROMOTORIA – Após tomar conhecimento dos fatos, a Promotoria de Justiça do Meio Ambiente iniciou uma investigação e solicitou da Femarh que realizasse fiscalização no local para diagnosticar a denúncia, do qual o MP-RR ainda aguarda relatório.
A Caer informou, por meio de sua assessoria de comunicação, que está monitorando todos os pontos de escoamento do sistema de esgoto sanitário a fim de evitar que haja novos extravasamentos e caso ocorram, que as medidas sejam tomadas o mais rápido possível. Com relação à qualidade da água, o setor informou que a Caer já providenciou a coleta da água bruta nos pontos de captação para análise físico-química e bacteriológica da água. O laboratório da companhia deve finalizar o laudo em 72 horas, a partir do envio das amostras.
CASO – Depois de quatro dias que a Caer despejava esgoto a menos de um quilômetro da estação onde é feita a captação da água que é distribuída em Boa Vista, a Femarh multou a empresa em R$ 50 mil e a Secretaria Municipal de Gestão Ambiental e Assuntos Indígenas aplicou outra multa no valor de R$ 500 mil.
Mais um ponto de despejo do esgoto doméstico ser descoberto, a companhia foi mais uma vez multada pela Secretaria Municipal de Gestão Ambiental e Assuntos Indígenas. A multa chegou ao patamar de R$ 1 milhão.
FONTE: FOLHA DE BOA VISTA