O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) poderá ser obrigado a inserir o “PIB Verde” no seu cálculo do Produto Interno Bruto anual, caso seja aprovado o Projeto de Lei 2900/11, que tramita na Câmara dos Deputados. De autoria do deputado Otavio Leite (PSDB-RJ), o projeto visa criar critérios de avaliação econômica do patrimônio ecológico nacional, dentro da intenção de fazer com que o PIB passe a incluir os chamados “custos ambientais”.
Segundo Leite, a forma atual de cálculo do PIB deixa de lado o patrimônio ecológico brasileiro e a proposta vem de encontro a demandas internas e externas: “A modificação vem ao encontro dos anseios mais recentes, tanto no âmbito nacional, quanto internacional (Agência Câmara, 9/02/2012).”
O conceito de “PIB Verde” estabelece a atribuição de valores econômicos aos “serviços ambientais” prestados pelos ecossistemas, que, segundo seus idealizadores, deveriam ser incorporados aos balanços dos setores produtivos, transformando o PIB em uma espécie de índice de sustentabilidade. A proposta se insere no contexto geral do movimento ambientalista, de colocar a proteção ambiental no centro da organização da sociedade e da economia em geral.
A despeito das deficiências conhecidas do conceito de PIB, não parece ser com a inclusão de tais critérios ideológicos que ela poderá ser aperfeiçoada. Assim sendo, esperemos que os colegas do deputado Leite não se deixem seduzir pelo apelo fácil de mais uma peça do discurso ambientalista e encaminhem o projeto ao lugar que lhe cabe: o arquivo.
FONTE: Alerta Científico e Ambiental – Alerta Científico e Ambiental é uma publicação da Capax Dei Editora Ltda. Rua México, 31, s. 202, CEP 20031-144, Rio de Janeiro-RJ; telefax 0xx-21-2532-4086; www.alerta.inf.br; [email protected] – Conselho editorial: Geraldo Luís Lino, Lorenzo Carrasco e Silvia Palacios.
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