Além de Brasileia, as cidades de Epitaciolândia e Xapuri, situadas ao longo da bacia do rio Acre, também estão alagadas.

A cidade de Brasileia, com 21 mil habitantes e localizada na fronteira do Brasil com a Bolívia no Estado do Acre, está há mais de 24 horas sem comunicação por telefone, internet e sem energia elétrica depois da cheia do rio Acre no último fim de semana.

Uma equipe da Defesa Civil do Estado seguiu na noite desta terça-feira (21) para o município, que está a 233 km da capital Rio Branco, para restabelecer contato, avaliar a extensão do alagamento e instalar novas réguas de medição do rio Acre.

A previsão é de que a equipe de Defesa Civil retorne somente na manhã desta quarta-feira com informações.

Em Rio Branco, o nível do rio Acre chegou a 17,40 metros às 18h desta terça. A marca fica atrás apenas da registrada em 1997, quando atingiu 17,66 metros. A cheia é considerada a segunda maior do rio.

O número de desabrigados apenas na capital chega a 6.840, segundo o último relatório da Defesa Civil. Os desabrigados estão em alojamentos públicos, abrigos não oficiais e residências de parentes. Ao todo, 13.700 habitações foram atingidas pela cheia.

A assessoria de imprensa da Oi Brasil Telecom, que presta serviço de telefonia fixa em Brasileia, divulgou nota informando que “a prestação dos serviços de telefonia fixa, móvel e banda larga foi afetada por conta da cheia do rio Acre, que alagou toda a cidade e afetou a central telefônica da companhia, danificando alguns de seus equipamentos”.

A empresa acrescenta que a normalização da prestação de seus serviços depende do escoamento da água na cidade pois, até o momento, permanece alagada a via pública onde estão instalados os equipamentos.”

A estudante Charlene Salvatierra, que mora na cidade e estuda em Cobija, na Bolívia, tem duas linhas de celular –é apenas com a linha boliviana que está conseguindo manter contato com parentes e amigos em Rio Branco. Ela conta que a água subiu em 10 minutos sem dar chance de salvar objetos pessoais ou móveis.

As duas pontes sobre o rio Acre que ligam Cobija a cidades brasileiras estão interditadas. “E a água não para de subir. Já está alagando aqui em Cobija também”, afirmou Salvatierra.

Brasileia ganhou repercussão internacional por ser porta de entrada na fronteira brasileira e por acolher os haitianos que há um ano iniciaram processo migratório para trabalhar no país.

A Força Nacional deve enviar, nesta quarta-feira (22), 40 homens ao Acre, além de barracas e kits contendo medicamentos suficientes para atender, em média, 500 pessoas.  Militares do Exército do Acre e Rondônia atuarão como voluntários e darão suporte à Defesa Civil na retirada de famílias das áreas atingidas.

Além de Brasileia, as cidades de Epitaciolândia e Xapuri, situadas ao longo da bacia do rio Acre, também estão alagadas.

Em Assis Brasil, na fronteira do Brasil com o Peru, o nível do rio Acre baixou e está com 5,40 metros. Em Sena Madureira, a 139 km de Rio Branco, o rio Iaco está com 17,32 metros e atinge sete bairros.

O rio Juruá, que banha a cidade de Cruzeiro do Sul, alcançou 13 metros –na cidade, 68 famílias estão alojadas em três abrigos municipais.

FONTE: ContilNet Notícias (contilnetnoticias.com.br)