Na última semana, dois relatórios destacaram o ritmo crescente das emissões de gases do efeito estufa (GEEs). O primeiro foi publicado pelo Departamento de Energia dos Estados Unidos e afirma que os níveis de dióxido de carbono (CO2) subiram 6% em 2010. Em seguida, foi a vez da consultoria PricewaterhouseCoopers (PwC) divulgar um documento no qual demonstra que a intensidade global de carbono aumentou 5,8% no ano passado.
Agora, é a Administração Oceânica e Atmosférica Nacional dos Estados Unidos (NOAA) fazer o alerta de que a concentração de GEEs na atmosfera cresceu 2% entre 2009 e 2010. Desde 1990, a concentração desses gases subiu 29%.
O nível de CO2, por exemplo, chegou a 389 partes por milhão (ppm), contra 386 ppm no ano anterior. Antes da Revolução industrial, no fim do Século 19, a concentração de CO2 era de apenas 280 ppm. A taxa média de crescimento do CO2 foi de 1,68 ppm anuais nos últimos 31 anos, sendo que esse ritmo vem se acelerando. Em 1995, a taxa estava em 1,43 ppm e já no ano seguinte passou para 1,94 ppm.
Esses dados estão disponíveis no Índice Anual de Gases do Efeito Estufa (AGGI), que a NOAA publica desde 2004, mas que já detalhou informações até o ano de 1978.
“Qualquer um que observe essas informações percebe que não estamos sendo bem-sucedidos nos esforços mundiais para cortar as emissões. O aumento na concentração de GEEs indica que as mudanças climáticas serão um problema que teremos que lidar ainda por um longo tempo”, afirmou Jim Butler, diretor da divisão de monitoramento global da NOAA.
Os gases acompanhados pelo índice são os mais ligados com o aquecimento global: dióxido de carbono, metano, óxido nitroso e dois clorofluorcarbonos (CFC11 e CFC 12).
Os níveis de metano subiram pelo quarto ano consecutivo, depois de ficarem constantes por quase dez anos. No ano passado, foi registrada uma concentração de 1.799 partes por bilhão (ppb) de metano na atmosfera, contra 1.794 ppb em 2009 e 1.714 ppb em 1990.
Apenas os CFCs vêm caindo, de forma lenta, mas constante. Segundo a NOAA, isto se deve às medidas estipuladas pelo Protocolo de Montreal em 1989 para combater o buraco na camada de ozônio.
Para chegar a esses números os pesquisadores norte-americanos coletaram amostras do ar de mais de cem locais do planeta em intervalos semanais.
“O aquecimento global tem o potencial de prejudicar muitos aspectos da nossa sociedade, como acesso a água, produção de alimentos, perda de espécies e aumento da frequência e da intensidade de desastres climáticos. Vamos continuar monitorando esses gases para melhorar o nosso entendimento sobre os impactos deles no planeta”, concluiu Butler.
Fonte: AgenciaEnvovlerde
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