A TNC é uma organização não governamental que desenvolve projetos de conservação em mais de 35 países. Atuando no Brasil desde 1988, a organização tem a missão de proteger plantas, animais e ecossistemas naturais, protegendo os recursos necessários a sua sobrevivência. Desenvolve iniciativas nos principais biomas brasileiros (Amazônia, Mata Atlântica, Cerrado, Pantanal e Caatinga), com o objetivo de compatibilizar o desenvolvimento econômico e social com a conservação dos ecossistemas naturais. Na Amazônia, a organização vem trabalhando para facilitar e promover a conservação de terras indígenas, além de desenvolver ações para a regularização ambiental de municípios estratégicos e para minimizar as causas e efeitos das mudanças climáticas. Atualmente, a organização e seus mais de um milhão de membros ajudaram a proteger 130 milhões de hectares em todo o mundo.
A CRISE AMBIENTAL GLOBAL E A CONSTRUÇÃO DE ALTERNATIVAS SÃO TEMAS DE ENCONTRO PAN-AMAZÔNICO DOS POVOS INDÍGENAS
Qual o posicionamento político dos indígenas da Amazônia Indígena frente às grandes questões mundiais como as mudanças climáticas, REDD, o mercado de carbono, as relações com as instituições financeiras multilaterais, e a repartição de benefícios sobre recursos genéticos e saberes tradicionais? Para responder a essas e outras questões, centenas de lideranças de Brasil, Bolívia, Peru, Colômbia, Equador, Venezuela, Guiana, Guiana Francesa e Suriname, se reúnem em Manaus, Amazonas, até quinta-feira (18/08), no “Grande Encontro dos Povos – Saberes, Povos e Vida Plena em Harmonia com a Floresta”.
O objetivo é unir as organizações dos povos indígenas e dialogar junto a movimentos ambientalistas mundiais e instituições sociais e internacionais, para construir – respeitando a diversidade e saberes tradicionais-, uma alternativa a sobrevivência da Floresta e de todas as formas de vida do planeta.
O evento é organizado pela COICA – Coordenação das Organizações Indígenas da Bacia Amazônica, em parceria com a COIAB – Coordenação das Organizações Indígenas da Amazônia Brasileira, e conta com a participação centenas de lideranças indígenas, por meio de 10 representantes locais e regionais de cada um das nove confederações nacionais dos povos indígenas da Amazônia: Brasil (COIAB), Peru (AIDESEP), Bolívia (CIDOB), Colômbia (OPIAC), Equador (CONFENIAE), Venezuela (ORPIA), Guiana (APA) Suriname (OIS) e da Guiana Francesa (FOAG).
Esse Grande Encontro irá tomar decisões estratégicas sobre temas relacionados à Amazônia e para toda a humanidade, debatendo propostas das lideranças indígenas e representantes do sistema das Nações Unidas, europeus e sul-americanos, os bancos multilaterais, ambientalistas e movimentos sociais, nas escolhas de ações específicas sobre os processos globais.
Pensando juntos, do local ao global, as organizações também reafirmarão a luta pelo reconhecimento dos direitos coletivos de defesa e sobrevivência da vida povos indígenas da Amazônia e defesa legal de seus territórios, assim como o respeito ao meio ambiente e do ecossistema amazônico.
Os povos indígenas, representados no evento, defendem que a Amazônia e seu modo de vida tradicional contribuem para a estabilidade climática global, o desenvolvimento econômico sustentável, o uso e gestão da biodiversidade e da conservação e uso sustentável das florestas, bem como o respeito e reconhecimento dos conhecimentos ancestrais e a propriedade intelectual coletiva dos povos indígenas, entre outros.
Temas e debates do Grande Encontro:
- Processos para Redd + (Redução de Emissões por Desmatamento e Degradação): FCPF UNREDD, FIP e mecanismos de subvenção para os Povos Indígenas, Cooperação Global REDD;
- COP 17 Convenção-Quadro sobre Mudança do Clima das Nações Unidas (Durban, Novembro 2011);
- Conferência das Nações Unidas sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento, a Rio + 20 (Brasil, junho 2012);
- Conferência das Partes, a Convenção COP 11 sobre Diversidade Biológica (Coréia, outubro de 2012);
- Congresso Mundial de Conservação da IUCN (Índia, setembro de 2012)
Solidariedade entre os povos – ATO CONTRA BELO MONTE
16 agosto, às 17 horas, Largo do Mestre Chico, centro de Manaus (AM/Brasil)
Danças, rituais, cantos e gritos de protestos estarão presentes em um grande ato de solidariedade entre os povos e Contra o Complexo de Belo Monte, no coração de Manaus, hoje (16 de agosto).
Os centenas de indígenas presentes no Grande Encontro sairão em marcha, a partir das 17 horas, do hotel Taj Mahal, local do evento, até o Largo Mestre Chico, no centro de Manaus, em defesa dos povos e rios do Xingu, como também, bradando em um única voz, contra os grandes projetos energéticos para todos os países da Amazônia.
No Largo Mestre Chico será instalado um palco para que a população de Manaus possa se unir a essa grande festa de alegria e protesto, pela defesa da Amazônia e dos povos da floresta.
Já estão confirmadas as participações culturais dos povos Ticuna, de grupos afros, com o Tambor de Crioula, do Maranhão e também do cacique kayapó Raoni Metuktire Txucarramãe, que falará sobre a resistência dos povos do Xingu que há mais de 30 anos lutam contra o Complexo Hidrelétrico de Belo Monte e também do ator Victor Fasano, ilustre defensor da causa indígena e dos povos da Amazônia.
Haverá ainda exposição e venda de artesanatos em uma feira de economia solidária indígena.
FONTE: INTERNET