O consumo de agrotóxicos no Brasil está em discussão na Comissão de Agricultura e Reforma Agrária do Senado nesta quinta-feira. A comissão é presidida pelo senador Acir Gurgacz (PDT-RO).

Ao abrir o debate, Marcelo Augusto Boechat Morandi, pesquisador da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) Meio Ambiente, defendeu a necessidade de mudança do modelo agropecuário adotado no Brasil. Para ele, o País precisa manter a posição que ocupa no cenário internacional em relação à produção de alimentos, mas deve adotar práticas agrícolas sustentáveis para proteger a saúde humana e o meio ambiente.

Segundo Morandi, a solução passa pelo maior controle na venda e aplicação dos agrotóxicos e pela utilização de técnicas alternativas de plantio e de controle de pragas. A proteção da vegetação natural, principalmente das matas que margeiam cursos d’água, é fundamental para a sobrevivência dos inimigos naturais das pragas, observou o pesquisador.

O diretor executivo da Associação Nacional de Defesa Vegetal (Andef), Eduardo Daher, disse que o Brasil é o maior consumidor mundial de agrotóxicos em termos absolutos, o que, segundo ele, se justifica pelo aumento da produção agrícola do país. Daher disse que, em termos proporcionais, a França, por exemplo, utiliza três vezes mais agrotóxicos do que o Brasil.

Daher defendeu ainda a integração lavoura-pecuária para aumentar a área de cultivo sem a necessidade de desmatar florestas. Segundo ele, essa medida poderá dobrar a área planada. “O gado brasileiro é o mais folgado do mundo”, disse.

Fonte: Estadão