“O respeito a Deus exige também o respeito a sua criação e a natureza”, manifestou ao jornal israelense “Jerusalem Post” o bispo auxiliar do patriarcado de Jerusalém, William Shomali, que participou na segunda-feira na apresentação do Centro Inter-Confessional de Desenvolvimento Sustentável.

 “Somos visitantes nesta terra e a abandonaremos algum dia, mas precisamos deixá-la limpa para as próximas gerações”, disse o clérigo. “Se a terra está poluída, se o Mediterrâneo está poluído, está poluído para todos, cristãos, muçulmanos e judeus”, destacou Shomali e considerou que é necessário “estudar a crise ambiental, que é parte da crise ética, moral e espiritual”.

 O novo grupo religioso-ecologista, liderado pelo rabino Yonatan Neril, conseguiu neste mês que o Conselho de Instituições Religiosas da Terra Santa assinasse a “Declaração da Terra Santa sobre Mudança Climática”, que pede para o mundo reduzir o consumo e enfrentar os problemas do meio ambiente.

 O texto pede “a toda pessoa de fé” a reduzir suas emissões do efeito estufa e a pedir a seus líderes políticos que adotem “objetivos fortes, obrigatórios e com base científica para diminuir os gases do efeito estufa a fim de evitar os piores perigos da crise do clima”.

 O ministro de Assuntos Religiosos palestino, Salah Zuheika, assinalou que no Corão “Alá fala de tudo, sobre a natureza, o ar, os animais” e “pede aos seres humanos não só que usem a natureza, mas que a protejam”, e destacou a necessidade de cuidar das poucas reservas de água, manter a atmosfera limpa e reduzir o desmatamento.

 O rabino David Rosen ressaltou também o caráter temporário da estada dos homens na terra e sugeriu aos líderes religiosos que incentivem seus fiéis a consumir menos carne pois sua produção representa “uma das maiores causas de contaminação e de consumo de água”.

 

Fonte: Terra Brasil