Uma alternativa de conservação de agrobiodiversidade é estudada desde 1976 contra a extinção de espécies na Amazônia. Unidades conservadoras de material genético, denominadas Bancos de Germoplasma (BAGs) prometem solucionar o problema e apresentar formas de preservação do ecossistema aliadas ao desenvolvimento sustentável.

Os bancos são classificados de duas formas: bancos ativos, que contêm plantas mantidas em condições naturais; e bancos de base, onde parte da planta é conservada em câmaras frias. Atualmente, o Brasil conta com um total de 166 Bancos Ativos de Germoplasma que se encontram nas Unidades da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), centros de pesquisa e em universidades.

Espécies são perdidas por falta de estudos

A prática de conservar material genético de espécies já é usada no Amazonas e no Acre. Dos bancos existentes, dois estão localizados na Embrapa Acre. Um deles é o Banco Ativo de Germoplasma do Amendoim Forrageiro (Arachis), leguminosa que pode ser utilizada na reforma de pastos com alto valor nutritivo para animais. As plantas estabelecidas neste BAG são oriundas do Banco Ativo de Germoplasma de Arachis (amendoim forrageiro) da Embrapa Recursos Genéticos e Biotecnologia (Brasília, DF). O BAG do Amendoim Forrageiro é portador de 104 plantas de várias espécies.

Outro BAG é o da pimenta-longa (Piper hispidinervum) e pimenta-de-macaco (Piper aduncum). As espécies, nativas do Acre, foram identificadas nos anos de 1970 por um grupo de pesquisadores do Instituto Nacional de Pesquisa da Amazônia (Inpa) e do Museu Paraense Emilio Goeldi (MPEG). Verificou-se que as plantas continham um óleo essencial rico em safrol na pimenta-longa e em dilapiol na pimenta-de-macaco. Os componentes químicos das espécies são utilizados como matéria-prima na fabricação de inseticidas biodegradáveis, cosméticos e produtos farmacêuticos.

Ao contrário do que acontece com a canela-de-sassafrás (planta que até os anos de 1990 era explorada para a extração de safrol no Brasil), o processo de obtenção do óleo da pimenta-longa e pimenta-de-macaco não é destrutivo, pois é extraído das folhas e galhos finos da planta que após o corte tem a capacidade de rebrotar. Anteriormente, as populações naturais das espécies estavam sendo perdidas, devido ao desconhecimento de seu potencial econômico por parte dos produtores rurais que as consideravam invasoras.

A partir de então, iniciaram-se as coletas em diferentes locais dos estados do Acre e do Amazonas, onde ocorrem de forma natural, para posterior conservação no BAG. Atualmente, o BAG dispõe de 2.300 plantas de Piper hispidinervum e 721 plantas de Piper aduncum, caracterizadas quanto aos aspectos agronômicos para dar suporte ao programa de melhoramento genético. A partir do mecanismo de conservação genética, os pesquisadores querem selecionar a melhor planta com maior resistência às adversidades e alto valor econômico para dar  “vida longa” a espécie no futuro.

Fonte: Portal Amazônia   

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