Quinze produtos patenteados pelo Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (Inpa) estão prestes a entrar no mercado. A coordenadora de extensão tecnológica e inovação, Rosângela Bentes, conta que o Inpa está “em negociação” com empresas candidatas. Ela espera que os contratos sejam fechados ainda este ano.
O ingresso destes produtos para a escala industrial e posterior produto de consumo no mercado será o primeiro na história do Inpa. A instituição possui 61 produtos já registrados no Instituto Nacional da Propriedade Industrial (INPI) e outros 43 depositados (pedidos requeridos e protegidos).
“Mas há outros produtos gerados a partir destes 61. Isso significa que os produtos são mais numerosos”, conta Rosângela.
Como a negociação é sigilosa, Rosângela prefere ainda não divulgar os produtos que deverão ser industrializados – mas ela adianta que são produtos alimentícios, cosméticos e fitoterápicos. O grande diferencial é que a matéria-prima é exclusivamente da região amazônica.
A coordenadora credita ao início da mudança da cultura e da mentalidade o interesse pelas empresas em industrializar os produtos.
“As empresas ainda não têm aquela cultura de chegar ao Inpa. Por isso o nosso papel é chegar às empresas. A Coordenação de Extensão Tecnológica e Inovação é o setor que faz a interlocução com as empresas. Aos poucos a consciência vai mudando, até porque há os incentivos dados pelo governo federal”, explicou.
O Inpa, segundo Rosângela, ainda vai estudar se o licenciamento será de forma exclusiva de cada empresa interessada ou não exclusiva.
Cinco por cento dos royalties da comercialização do produto serão destinados à instituição de pesquisa. Destes 5%, um terço vai para o contracheque do inventor. Outro um terço vai para o Núcleo de Inovação.
Produtos
O produto patenteado pelo Inpa que chegou mais perto da industrialização foi a sopa desidratada de piranha. Uma tragédia, contudo, impediu que o projeto avançasse. O empresário interessado morreu no acidente do avião da Gol, em 2006.
A sopa de piranha, contudo, é um dos produtos linha de frente do Inpa. Assim como os produtos para profilaxia bucal, com formulação a partir de associações de plantas amazônicas.
Alguns dos outros produtos já patenteados são a pupurola (granola de pupunha), farinha de pupunha, bebida fermentada de pupunha, biocida orgânico (preservante de madeira em indústria de móveis), derivado semi-sintético para tratamento da malária, sutura saúva (mecanismo biônica a partir da formiga).
Seminário
Entre os próximos dias 4 e 8 de julho o Inpa promove o I Seminário Interno de propriedade intelectual como fator estratégico para a inovação na Amazônia.
O objetivo do evento é fazer um levantamento das pesquisas desenvolvidas no Instituto e com isso identificar novas tecnologias desenvolvidas no Inpa.
Conforme Rosângela Bentes, o seminário vai aprimorar os conhecimentos dos especialistas que trabalham com gestão e em inovação tecnológica.
Fonte: A Crítica
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