O Brasil costura um acordo para tentar salvar o Protocolo de Kyoto na Conferência do Clima das Nações Unidas (COP17) que será realizada em novembro em Durban, na África do Sul. A estratégia brasileira deverá ser negociar uma saída para prorrogar o acordo, que expira em 2012, em nome do bloco de países em desenvolvimento e deve contar com o apoio da União Europeia e de países como Noruega, Suíça e Nova Zelândia.
“Para os países em desenvolvimento e para o Brasil é muito importante que Kyoto não pare. A maioria dos países desenvolvidos gostaria que Kyoto acabasse e fosse negociado um outro acordo, no qual todos os países participariam como iguais”, afirmou o ministro André Aranha Corrêa do Lago, negociador do clima do Ministério de Relações Exteriores, recém-chegado da reunião preparatória para a COP17, que terminou sexta-feira em Bonn, Alemanha.
Segundo o ministro, o objetivo do grupo de países em desenvolvimento é que na reunião de Durban no fim deste ano seja aprovado o segundo período de compromisso para o Protocolo de Kyoto, que vai de 2013 a 2018. “Os países em desenvolvimento estão muito claramente tentando assegurar que o Protocolo de Kyoto tenha o seu segundo período de compromisso”, disse.
Compromissos. Firmado em 1997, o Protocolo de Kyoto prevê compromissos distintos para os países desenvolvidos – que têm metas de redução de suas emissões de gases de efeito estufa – e os países em desenvolvimento.
O primeiro período do acordo expira no final de 2012. Rússia, Japão e Canadá afirmaram que não têm interesse em entrar no segundo período do acordo – pois os maiores emissores de CO2, China e EUA, não têm metas de corte em Kyoto.
Para Lago, no entanto, a posição dos três países não representa uma ameaça à continuidade do acordo. Ele ressalta que um fator poderá ajudar a dar continuidade a Kyoto: o texto poderá ser aprovado em Durban com o voto de 153 países. O acordo de 1997 contou com o aval de 192 nações. “Já não é obrigatório que todos (os países) concordem. As regras para a entrada no segundo período de compromisso são diferentes das regras do primeiro período”, diz.
O protagonismo do Brasil em um acordo para prolongar Kyoto seria um bom cartão de visitas para o País, que sediará, no ano que vem, a Rio+20, conferência das Nações Unidas sobre desenvolvimento sustentável (leia mais nesta página). Ontem, a Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp) sediou reunião sobre o tema com o setor produtivo, governo e ONGs. “A participação do Brasil será a de contribuir com sua própria experiência na busca por uma economia verde”, disse Nelson Pereira dos Reis, diretor do Departamento de Meio Ambiente da Fiesp.
Fonte: O Estado de S.Paulo
Deixe um comentário