Região tem potencial para produzir mais de sete milhões de toneladas de pescado por ano

O governo do Acre, Estado cuja economia é voltada para a exploração dos recursos naturais, como a borracha e a castanha, está estruturando em parceria com o setor privado uma plataforma de produção de pescado em cativeiro para o mercado interno e internacional. A iniciativa promete ser referência para os outros oito Estados que compõem a Amazônia Legal, que articulam juntos o aproveitamento da bacia amazônica para o desenvolvimento de atividades aquícolas.

Com quase nove por cento da água doce do planeta, a Amazônia tem potencial para produzir mais de sete milhões de toneladas de pescado por ano, quase seis vezes a atual produção brasileira, segundo estimativa do Ministério da Pesca e Aquicultura, que apóia o projeto do Acre. O cultivo de pescado, em tanques-rede (gaiolas submersas) ou em tanques escavados, é uma atividade produtiva compatível com a preservação da Amazônia.

As exportações de pescado, no caso do projeto do Acre, será escoada pela Estrada do Pacífico, que dá acesso ao Peru. Este país fronteiriço ao Acre conta com portos com destino à Ásia, continente tradicionalmente grande consumidor de pescado.

O projeto, que envolve um sistema integrado de produção com a participação de milhares de pequenos produtores, prevê investimentos da ordem de R$ 53 milhões. A meta é produzir aproximadamente 20 mil toneladas de peixe por ano, sobretudo da espécie tambaqui, nativa da bacia Amazônica.

Segundo o governador do Acre, Tião Viana, o projeto tem a virtude de reduzir a pressão sobre a floresta, incentivar a recuperação dos mananciais d’água e gerar empregos em uma atividade ambientalmente sustentável.