Agentes da Fundação Nacional do Índio (Funai) visitaram os quase desconhecidos Korubos, um grupo indígena que foi contatado pela primeira vez recentemente. Atualmente, o Brasil ainda tem cerca de 10 mil índios que vivem isolados, longe de qualquer contato com o resto do mundo, segundo estimativa da Funai.

Com a ajuda de um barco, o linguista Sanderson Soares, da Funai, tentou conversar com cinco korubos que vivem escondidos na mata, afastados da civilização.

A Funai acredita que, dos mais de 10 mil índios que ainda vivem escondidos nas florestas brasileiras, alguns grupos estejam quase extintos. Dos Akunt’su, de Rondônia, por exemplo, sobraram apenas cinco pessoas. Mas o Vale do Rio Javari, na fronteira do Amazonas com o Peru, ainda preserva quatro grandes grupos isolados.

“Nessa região está a maior concentração de povos isolados do Brasil, inclusive confirmados. Pode ser a maior concentração do mundo”, diz Elias Bigio, responsável pela Coordenação Geral de Índios Isolados e de Recente Contato da Funai.

Em uma floresta protegida nessa região, quase do tamanho de dois estados do Rio de Janeiro, moram mais de 8 mil índios. Metade deles vive completamente afastada da civilização.

Korubos

De acordo com a Funai, os primeiros contatos com os Korubos terminaram em morte. Em 1996, depois de uma das brigas, uma parte dos Korubos fugiu da aldeia e foi morar na beira do Rio Itacoaí. Dessa nova tribo, a Fundação conseguiu se aproximar e chegou a montar uma base no local.

Do último contato, a tribo cresceu, está cheia de crianças. A vida não mudou muito. Os homens ainda usam bordunas para se defender, zarabatanas e arcos para caçar. Só falam idioma Korubo. Quem comanda a aldeia é a temida Mayá. E é a própria cacique quem corta cabelo na tribo.

Naquela conversa à beira do rio, o linguista Sanderson contou aos cinco índios que os parentes que fugiram da tribo há 14 anos estavam bem. Os isolados disseram que se lembravam de Mayá, mas achavam que ela estava morta. “O objetivo principal [dessa conversa] era preveni-los do risco que eles correm, porque eles aparecem todo verão nas margens dos rios e podem ser contaminados por doenças”, diz o linguista.

FONTE : PORTAL AMAZÔNIA e JORNAL HOJE